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A política da morte e as guerras infraestruturais


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 26/08/2024
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Quando apresento a temática expressa no título desta nova exposição de ideias, objetivo convidar para reflexão e o debate aos amigos, referente a algumas características das guerras atuais: “O que significa esta noção de guerras infraestruturais?” Convido para nos acompanhar e orientar, o pensador africano Achille Mbembe, que formulou o termo “necropolítica”. Exatamente, a partir desta noção de Necropolítica, temos: “A destruição das condições infraestruturas de sobrevivência, enquanto uma estratégia militar, privilegiada pelas guerras infraestruturas, em nossa atualidade” (Necropolítica, 2018)

Assim sendo, temos práticas de guerras infraestruturais na atualidade, que visam a gestão necropolítica, levando à produção de condições de morte para a população afetada pelas estratégias atuais destas guerras, permitindo deste modo, o estabelecimento e a gestão da política de morte. Situação exemplificada, em conflitos como os que acontecem na faixa de Gaza, entre Israel e o grupo Hamas, além da guerra entre Rússia e Croácia na Europa. Deve-se ressaltar que não basta, segundo a gestão de política de morte ou necropolítica de fazer guerras, apenas causar as mortes e a aniquilação da vida, mas sim produzir condições de morte para as populações afetadas, buscando incapacitá-las politicamente, moralmente, estruturalmente e economicamente.

Por este motivo, Mbembe aponta a existência em nossa atualidade: “De um tipo de economia política da violência, relacionada com a formação de um mercado e ao mesmo tempo, para a formação de uma rede de serviços, associados à produção e gestão da morte, em todas as escalas” (Necropolítica, 2018). Seu objetivo é o de exercer a gestão de política da morte, nas práticas das guerras infraestruturais, de uma forma cada vez mais eficaz, técnica e mortal. Ao término de nossa reflexão e discussão, penso que a questão essencial a ser então colocada deve ser: “Como podemos resistir e nos proteger de tal gestão de morte violenta nas guerras atuais, que ameaça de total aniquilação, a existência da vida humana”

Referências

Franco, Luís Fábio. Governar os Mortos. Necropolíticas, Desparecimento e Subjetividade. São Paulo: Ubu Editora, 2021.

Mbembe, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo: n-1 edições, 2018.

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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