A generic square placeholder image with rounded corners in a figure.


A oração de Paulo


Por: Fernando Razente
Data: 07/11/2022
  • Compartilhar:

Romanos 1.9-10: “Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como incessantemente faço menção de vós em todas as minhas orações, suplicando que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de visitar-vos”.

Na semana passada vimos Paulo dando graças a Deus, mediante Jesus Cristo, pelo bom testemunho de fé dos cristãos de Roma (Rm 1.8). Hoje, veremos a oração de Paulo pelos seus destinatários romanos, contida nos versos 9 e 10. Ao final, buscaremos sintetizar algumas características dessa oração.

Nestes versículos, o apóstolo tem como intenção assegurar aos crentes de Roma que, embora não conheça a maioria deles pessoalmente — ainda que saiba do bom testemunho deles em todo o mundo — ele ora por eles: “[...] faço menção de vós em todas as minhas orações”. Para Paulo, oração e evangelização deveriam caminhar lado a lado. Suas cartas eram escritas num contexto de muita oração e súplica a Deus pelo bom êxito de seus propósitos missionários.

Continuando, Paulo não só ora pelos romanos, mas faz isso “incessantemente”. Seria essa uma mera expressão de força retórica? A resposta é não. Sabemos que Paulo está falando literalmente a verdade, pois o autor apela para Deus como testemunha de sua afirmação: “Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha [...]”. Ou seja, a oração e a intercessão pelos romanos era incessante na piedade de Paulo; e para o apóstolo, tal prática era coisa séria, pois ele mesmo sabia — e abertamente expressou essa convicção — de que era o próprio Deus, o Pai de Jesus Cristo, quem velava pessoalmente pelas suas petições em favor dos romanos.

Em seguida, vemos que há na oração incessante de Paulo um pedido específico: “[...] suplicando que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de visitar-vos”. Paulo mostra aqui seu desejo em oração de ter uma boa ocasião para visitar seus destinatários. Este era seu pedido. O original grego traz a ideia de ter um desejo de “uma viagem ou jornada próspera, com sucesso”.

Todavia, Paulo conecta seu desejo por uma boa jornada com a soberania de Deus que controla toda a história, individual e cósmica. Paulo submete seu desejo de uma viagem próspera à soberania de Deus. Pelo termo “vontade de Deus”, Paulo está implicitamente dizendo que embora possa fazer planos e desejar certos acontecimentos, no final ele não tem controle sobre os eventos de sua vida, revelando sua dependência do beneplácito divino.

 Paulo parece retornar aqui ao raciocínio de Provérbios 19:21: “Muitos são os planos no coração do homem; mas o desígnio do Senhor, esse prevalecerá.” Afinal, não se vê na oração de Paulo qualquer pretensão de impor seu desejo a Deus, mas sim nota-se uma submissão piedosa ao querer sempre bom e perfeito de Deus.

Por fim, podemos aprender pelo menos três lições a partir desses versos sobre a oração para aplicá-los em nossa vida de oração: 1) a oração deve sempre acompanhar e contextualizar toda obra evangelística; 2) a oração deve sempre ter um tom de solenidade e seriedade, pois Deus é testemunha de nossas súplicas; e 3) a oração deve ser sempre uma petição humilde diante da vontade soberana de Deus.

Na semana que vem, se Deus quiser, veremos sobre o anseio de Paulo em ver os romanos e a razão disso (Rm 1.11-12).

Até a próxima.

Que Deus te abençoe!

Fernando Razente

Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.


Anuncie com Jornal Noroeste
A caption for the above image.


Veja Também


smartphone

Acesse o melhor conteúdo jornalístico da região através do seu dispositivos, tablets, celulares e televisores.