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Sericicultor Oswaldo da Silva Pádua enfatiza prejuízos causados por deriva de agrotóxicos durante Audiência Pública na ALEP


Por: Alex Fernandes França
Data: 02/05/2024
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Pádua apresentou um panorama alarmante dos prejuízos causados pela deriva de agrotóxicos na sericultura, relatando perdas de mais de 750 caixas de lagartas do bicho da seda na safra iniciada em setembro de 2023, o que representa um prejuízo financeiro superior a R$ 1.900.000,00 para os sericicultores da região.

"A deriva de agrotóxicos é um dos maiores desafios enfrentados pela sericultura atualmente, resultando na mortalidade das lagartas e em perdas significativas na produção", afirmou Oswaldo da Silva Pádua durante uma entrevista ao Jornal Noroeste, realizada em seu barracão de criação de bicho da seda em sua propriedade rural. Recentemente  participou, juntamente com outros sericicultores,  da Audiência Pública da Frente Parlamentar da Agroecologia e da Economia Solidária do Paraná - Foto www.jornalnoroeste.com

O Sericicultor Oswaldo da Silva Pádua, da Associação dos Sericicultores de Nova Esperança e Regiões Sericicolas do Paraná, marcou presença, juntamente com um grupo de outros Criadores de Bicho da Seda e da Presidente da Associação dos Sericicultores de Nova Esperança e Regiões Sericícolas do Paraná  na Audiência Pública da Frente Parlamentar da Agroecologia e da Economia Solidária da Assembleia Legislativa do Paraná, realizada no dia 22 de abril.

Na ocasião, Oswaldo Pádua e Sandra Manieri foram escolhidos pelo grupo de Nova Esperança para falar aos presentes, oportunidade que destacaram  a importância da sericultura no contexto econômico, social e ambiental do estado, além de abordarem os alarmantes prejuízos causados pela deriva de agrotóxicos na atividade.

Entre os pontos cruciais abordados por Osvaldo da Silva Pádua esteve o impacto severo da deriva de agrotóxicos na produção de seda. Ele relatou que, apenas na safra iniciada em setembro de 2023, os sericicultores da região já contabilizaram perdas de mais de 750 caixas de lagartas do bicho da seda, o que representa cerca de 50.000 kg de casulos.

Com base em uma média de R$ 38,00 por kg de casulo, o prejuízo total na região ultrapassa R$ 1.900.000,00, impactando diretamente a economia dos municípios de Nova Esperança, Alto Paraná, Terra Rica, Cruzeiro do Sul, Uniflor, Atalaia, Presidente Castelo Branco, Astorga, Nossa Senhora das Graças, Santo Inácio, Inajá e Paranacity.

"Precisamos de mais apoio do governo para fortalecer a sericultura e garantir sua sustentabilidade", salientou o sericicultor.

As perdas abordadas por Pádua ocorreram em diversos municípios, incluindo Nova Esperança, Alto Paraná, Terra Rica, Cruzeiro do Sul, Uniflor, Atalaia, Presidente Castelo Branco, Astorga, Nossa Senhora das Graças, Santo Inácio, Inajá e Paranacity. Estas comunidades enfrentaram não apenas os prejuízos econômicos, mas também viram o impacto direto na economia local, com os recursos deixando de circular nos comércios da região.

Durante a audiência pública, Sandra Manieri, Presidente da Associação dos Sericicultores de Nova Esperança e Regiões Sericícolas do Paraná, trouxe à discussão importantes avanços e conquistas alcançados no município de Nova Esperança. Em seu relato, destacou um projeto piloto desenvolvido em colaboração com o IDR e a ADAPAR, visando enfrentar os desafios decorrentes da deriva de agrotóxicos.

Sandra ressaltou especialmente a aprovação de um Projeto de Lei municipal que proíbe a Pulverização Aérea, uma medida fundamental para proteger as culturas locais, incluindo a sericicultura. Além disso, durante sua intervenção, cobrou com veemência uma maior efetividade na fiscalização por parte da ADAPAR, visando assegurar o cumprimento das legislações voltadas à proteção das atividades agrícolas e à preservação ambiental.

"A sericicultura é uma atividade que vai além da produção de seda. Ela gera renda, emprego e oportunidades para o desenvolvimento das comunidades rurais."

Um ponto importante mencionado foi a falta de compensação para os sericicultores afetados, ressaltando a necessidade urgente de medidas de fiscalização mais eficazes por parte das autoridades competentes, como a ADAPAR.

Além disso, Oswaldo da Silva Pádua propôs iniciativas práticas, como a cooperação com universidades locais (UEM, UEL, UNIOESTE) para a identificação precisa dos agrotóxicos através de exames laboratoriais. Inspirados pelo exemplo da EMBRAPA de Mato Grosso do Sul, os sericicultores visam obter laudos que identifiquem os princípios ativos dos produtos provenientes de deriva, facilitando assim a responsabilização e prevenção futuras.

Outro ponto importante destacado foi o pedido de reposição do quadro de pessoal do IDR e ADAPAR pelo governo estadual, visando garantir um acompanhamento de campo mais eficaz e uma fiscalização mais robusta. "É importante que os governos a seda e reconheçam a importância da sericultura para o meio ambiente e para as comunidades rurais", pontuou.

A participação de Oswaldo da Silva Pádua nesta audiência pública foi fundamental para dar voz às demandas e desafios enfrentados pelos sericicultores do Paraná diante dos impactos nocivos da deriva de agrotóxicos. Esses esforços coletivos buscam não apenas mitigar os danos já ocorridos, mas também promover uma regulamentação mais eficaz para proteger as atividades agrícolas sustentáveis em todo o estado.

“Espera-se que o debate promovido na Audiência Pública contribua para a construção de políticas públicas mais eficazes para o setor, assegurando o futuro da sericicultura como atividade econômica, social e ambientalmente relevante no Paraná”, concluiu o Sericicultor Oswaldo da Silva Pádua.


Anuncie com Jornal Noroeste
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