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Delegado grava vídeo e reforça apelo para que foragido por feminicídio se entregue; hoje completa uma semana do crime


Por: Alex Fernandes França
Data: 24/04/2025
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Brutal assassinato completa uma semana nesta quinta-feira (24); autor segue foragido e Polícia mantém buscas intensas

Delegado Dr. Diego Troncha - Foto reprodução

 Na tarde de ontem, quarta-feira (23), o delegado Diego Troncha, titular da Delegacia de Polícia Civil de Nova Esperança, gravou um vídeo e o encaminhou à imprensa local, atualizando as informações sobre a investigação do brutal feminicídio que chocou a cidade na última quinta-feira (17), véspera do feriado da Sexta-feira Santa. O principal suspeito, Ricardo Aparecido Rocha, de 42 anos, conhecido como "Soneca", continua foragido. A vítima, Rosimara Adriana Manthay, de 40 anos, foi morta com golpes de faca na presença da filha de 12 anos.

“Desde o momento em que o fato ocorreu, as forças policiais já tinham conhecimento de que o Ricardo era o autor. Isso porque, infelizmente, a filha do casal presenciou tudo e ainda tentou impedir o crime. Ele não a ouviu e fugiu logo em seguida”, relatou o delegado no vídeo.

Segundo Diego Troncha, a polícia já realizou buscas em mais de uma dezena de locais e conta com apoio da população, da imprensa e de advogados ligados à família para convencer o suspeito a se entregar. “Esta semana tivemos contato com um advogado contratado pela família, que afirmou que Ricardo pretendia se apresentar. Mas isso ainda não aconteceu. Estamos em tratativas, visando uma apresentação segura, que preserve a integridade física dele”, destacou.

O delegado também abordou o histórico de violência doméstica envolvendo o casal. Em 2020, Ricardo já havia sido preso por agredir Rosimara. Na ocasião, foi determinada uma medida protetiva, que voltou a ser requerida por Rosimara recentemente, após novo episódio de agressão. A medida, deferida pelo Poder Judiciário, proibia o agressor de se aproximar da vítima. "Isso torna o crime ainda mais grave. Estamos diante de um feminicídio qualificado, com múltiplas agravantes", reforçou.

Crime com agravantes e comoção social

Rosimara foi assassinada nas imediações da Rua Fernão Dias, na Vila Silveira, logo após sair de uma missa na Comunidade Santo André. O suspeito, segundo testemunhas, aguardava escondido atrás de uma árvore. Ele surpreendeu a vítima com uma série de golpes de faca, diante da filha adolescente. A cena provocou profunda comoção na cidade, especialmente entre colegas de trabalho, amigos e membros da comunidade religiosa que a vítima frequentava.

“Casos como esse precisam ser enfrentados com firmeza. A medida protetiva é um instrumento eficaz, mas infelizmente o Estado não consegue estar em todos os lugares ao mesmo tempo. A conscientização social é fundamental”, afirmou Troncha, que também reforçou que qualquer pessoa que ajudar o foragido poderá responder criminalmente.

Favorecimento pessoal é crime

Em entrevista anterior ao Jornal Noroeste, o delegado já havia alertado que esconder, ajudar na fuga ou dificultar a ação da polícia no caso constitui crime de favorecimento pessoal, conforme o artigo 348 do Código Penal Brasileiro. A pena prevista é de até seis meses de detenção, além de multa. “Mesmo nos casos em que há isenção legal por vínculo familiar, existe responsabilidade moral e social”, advertiu o delegado.

Pena pode chegar a 40 anos

De acordo com a nova Lei nº 14.994/2024, que agravou as penas para crimes de feminicídio com qualificadoras, Ricardo Rocha poderá ser condenado a até 40 anos de reclusão. O crime é investigado com base nas seguintes qualificadoras: motivo torpe, emboscada, cometimento na presença de descendente e descumprimento de medida protetiva.

A Polícia Civil segue mobilizada e pede que qualquer informação sobre o paradeiro do suspeito seja imediatamente comunicada às autoridades. A colaboração da comunidade é considerada essencial para a conclusão do caso e a devida responsabilização do autor.

Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo 181 ou diretamente na Delegacia de Polícia de Nova Esperança.


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