A avaliação de perfil comportamental tem ganhado protagonismo nos processos seletivos e na gestão de pessoas.

Com o mercado de trabalho cada vez mais dinâmico, cresce o número de profissionais em busca de ferramentas que os ajudem a entender melhor seus pontos fortes, suas vulnerabilidades e, principalmente, seu lugar ideal dentro das organizações. O teste DISC é uma metodologia de avaliação comportamental baseada nos estudos do psicólogo William Moulton Marston, que identificou quatro estilos predominantes de comportamento: dominância, influência, estabilidade e conformidade. Esse movimento é percebido na prática: o interesse por testes de perfil, mentorias e assessorias de carreira tem aumentado nos últimos anos, impulsionado tanto por profissionais em transição quanto por empresas que desejam estruturar melhor suas equipes. É nesse cenário que o teste DISC se destaca como uma das ferramentas mais confiáveis e acessíveis para mapear o perfil comportamental de indivíduos e equipes, segundo especialistas.

Aplicado por meio de um questionário simples e intuitivo, o teste analisa a tendência de comportamento do indivíduo com base em suas respostas. Renata Barçante Pires da Fonseca, sócia-diretora da Refuturiza, ecossistema pioneiro a unir empregabilidade à educação, explica: “Essa ferramenta busca compreender como os indivíduos reagem em diferentes situações e como suas características naturais podem ser canalizadas de forma mais estratégica. Após o preenchimento, é gerado um relatório completo com percentuais que indicam os estilos predominantes na personalidade daquele profissional. A partir dessa leitura, torna-se possível identificar áreas de maior afinidade, bem como os contextos em que ele poderá se desenvolver melhor”.

Apesar de apontar quatro perfis principais, o teste não reduz o indivíduo a uma única categoria. “Todos nós carregamos traços de cada estilo DISC, mas em diferentes intensidades. O objetivo não é rotular, e sim revelar padrões comportamentais que ajudam na tomada de decisão, tanto por parte do profissional quanto da empresa”, destaca a especialista.

A sócia-diretora da Refuturiza aponta que a confiabilidade do DISC está respaldada por décadas de validações científicas e aplicações práticas em processos de recrutamento, gestão de equipes e liderança. “Ele tem se mostrado extremamente eficaz por sua capacidade preditiva, ou seja, por ajudar a entender como um indivíduo tende a agir sob pressão, em grupo ou em tarefas que exigem planejamento e foco”, diz Renata.

A valorização das soft skills no ambiente de trabalho

Um estudo do LinkedIn mostra que 92% dos recrutadores consideram as chamadas soft skills, habilidades como comunicação, empatia e adaptabilidade, tão ou mais importantes que as competências técnicas. “Conhecer o perfil comportamental de um colaborador é fundamental para o sucesso de uma equipe. Com esse entendimento, é possível alocar talentos de forma mais assertiva, melhorar o clima organizacional e investir em planos de desenvolvimento personalizados”, reforça Renata.

A busca por autoconhecimento, aliás, contribui muito para a escolha de um curso ou de uma profissão inicial, mas não para por aí. A relação entre a formação acadêmica e a área de atuação profissional tem passado por mudanças significativas ao longo dos anos. Dados de 2006 indicavam que 53% dos formados no Brasil trabalhavam em áreas distintas de sua formação original. Mais recentemente, uma pesquisa de 2024 revelou que 25,9% dos graduados atuam fora de suas áreas de formação, enquanto 4,7% ocupam funções que não exigem diploma superior. Isso mostra que trilhar uma carreira coerente com os próprios talentos e aspirações exige um processo contínuo de reflexão, atualização e adaptação.

Compartilhando desta visão, Renata afirma: “Acreditamos que o autoconhecimento deve acompanhar o profissional ao longo de toda a sua jornada. É ele quem dá clareza sobre os caminhos a seguir e os ajustes necessários para alcançar novos objetivos com mais confiança”. Para apoiar esse processo, a plataforma Refuturiza oferece gratuitamente o teste DISC para todos os usuários.

Alinhamento de valores: o papel do fit cultural no ambiente corporativo

Nos últimos anos, o termo fit cultural tem ganhado espaço nos processos de recrutamento e seleção. Muito além das competências técnicas e da experiência profissional, as empresas passaram a considerar o alinhamento de valores, comportamentos e propósito entre o candidato e a organização. A ideia por trás desse conceito é que colaboradores que se identificam com a cultura da empresa tendem a ter maior engajamento, produtividade e permanência no cargo.

Na prática, o fit cultural funciona como uma espécie de filtro comportamental. Ainda nas fases iniciais do processo seletivo, as organizações utilizam testes, entrevistas estruturadas e até dinâmicas em grupo para observar se o perfil do candidato está em sintonia com o ambiente da empresa. Aspectos como estilo de comunicação, tomada de decisão, visão de mundo e forma de lidar com desafios são avaliados de forma criteriosa, já que pequenas diferenças podem impactar diretamente na integração com a equipe e no clima organizacional.

Essa tendência também tem gerado reflexões importantes sobre diversidade e inclusão. O desafio está em garantir que o fit cultural não se transforme em uma busca por "pessoas iguais", mas sim por profissionais que compartilhem os valores da empresa, respeitando a pluralidade de vivências, histórias e perfis. “Nesse sentido, o autoconhecimento, impulsionado por ferramentas como o teste DISC, se torna ainda mais estratégico, pois ajuda o profissional a entender em que tipo de cultura ele se desenvolve melhor e onde poderá contribuir com mais autenticidade”, conclui a sócia-diretora da Refuturiza.