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Pânico VI


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 09/03/2023
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Começo a Coluna dessa semana com um questionamento: será que a clássica franquia de terror slasher Pânico será capaz de sobreviver sem sua icônica protagonista Sidney Prescott, interpretada a décadas pela talentosa Neve Campbell? Já faz dias que os fãs mais antigos, tipo eu, têm se perguntado sobre isso. Agora, mais uma sequência dessa franquia, Pânico VI, chega ao cinema e as expectativas são enormes. Ao que tudo indica, parece que tanto a direção quanto a Paramount tomaram decisões acertadas para que a continuidade dessa história, que atravessa gerações, continue sendo um sucesso. Essa semana você saberá um pouco mais sobre o sexto filme da franquia Pânico.

Neve Campbell não foi a atriz mais proeminente de sua época, mas no final dos anos 1990 e início dos 2000 ela era uma grande promessa. Campbell estava numa série que em meados dos anos 1990 era uma das queridinhas dos adolescentes (eu lembro bem, eu estava lá!), O Quinteto. Depois, em 1996, ela despontou como protagonista do célebre Pânico, obra consagrada do diretor Wes Craven. A partir disso, ela continuou em alta tanto na série O Quinteto, como nas sequências de Pânico e ainda emplacou mais um sucesso cinematográfico com o estonteante Garotas Selvagens, de 1998. O problema é que, ao longo dos anos 2000, sua carreira deu uma apagada diante dos holofotes, mesmo ela permanecendo presente em várias produções da época. Dessas, a que mais dava retorno de mídia para a atriz sempre foram as sequências de Pânico. Agora, ela resolveu não voltar mais para esses filmes e abriu mão desse sucesso responsável por trazer seu nome de volta à boca do povo de tempos em tempos. Isso porque, segundo ela, se fosse homem, teria sido muito melhor remunerada por seu trabalho numa franquia tão longínqua (o que não deixa de ser uma verdade bem verdadeira). Por isso, Pânico VI precisou se virar sem ela.

Problema? Do que depender dos diretores Matt Betinelli-Olpin e Tyler Gillet não! Eles estiveram à frente do renascer da franquia após a morte de Wes Craven, em Pânico (2022) e souberam muito bem trazer a franquia de volta com ares renovados. Nesse novo filme eles investem na jovialidade para impor um segundo renascer da franquia. Para isso, eles investiram em jovens atores com muito talento e num roteiro dinâmico, repleto de clichês e reviravoltas. A receito perfeita que todo fã de terror slasher adora. 

O roteiro foi escrito pelo trio James Vanderbilt, Guy Busick e Kevin Williamson, e está completamente antenado com os tempos de agora. É rápido, é envolvente e vem embalado por um tipo de deboche muito típico do nosso tempo, algo que torna um roteiro muito, mas muito interessante. Tanto que quem for ao cinema vai sair de lá com aquele gostinho de quero mais e pronto para uma nova sequência. Os fãs de filmes de terror como ocorrido no filme anterior — irão à loucura mais uma vez com a personagem Mindy, que no roteiro se encaixa como uma forma do filme se conectar e conversar diretamente com o público fã da obra e de outros filmes do gênero.

Além disso, outra decisão acertada e que enterra o passado da franquia enquanto a faz ressurgir das cinzas é a mudança da pequena e interiorana Woodsboro para um espaço mais cosmopolita e opressor, Nova York. Essa mudança parece boba, mas, ao longo da trama, é possível perceber que uma cidade maior e mais populosa abre um leque infinito de possibilidades para a história e impõe ao roteiro uma atmosfera ainda mais paranoica do que a dos filmes anteriores.

Esse sexto filme comprova que a franquia, que surgiu como um filme típico de terror para adolescentes, amadureceu com eles, mesmo ainda sendo direcionada mais especificamente para essa faixa etária. Isso pode ser percebido na profundidade do enredo, que agora é muito bem elaborado e que assumiu os clichês tão esperados dos filmes de terror ao mesmo tempo que impôs ao expectador um mistério muito mais complexo e repleto de reviravoltas. Isso só foi possível porque os diretores não tiveram medo de investir num tom mais violento e em mortes mais sanguinárias. Em tempos pós Jogos Mortais, eu diria que isso até demorou para acontecer e que veio apenas para somar ainda mais para a franquia.

Anteriormente eu havia falado que os novos atores são a grande aposta desse novo filme. Alguns nem são tão novos assim, pois já estavam nos filmes anteriores. Antes, em todas as sequências de Pânico, havia um frisson para rever Courtney Cox, David Arquette e Neve Campbell, aquele trio que fez história no filme de 1996. Agora, após o filme de 2022, a grande maioria do público quer ir ao cinema para ver ninguém menos que Jenna Ortega. Ela é a grande queridinha do momento, isso porque causa do seu estrondoso sucesso na série Wandinha, da Netflix, onde ela interpreta a protagonista que dá nome à série. Já em Pânico VI ela volta como Tara, umas das sobreviventes do último surto de assassinatos do Ghostface. Além dela, o elenco também conta com as jovens Melissa Barrera, Jasmin Savoy Brown, que está incrível, e Mason Gooding. Para rejuvenescer ainda mais o filme, foram contratados Jack Champion, Liana Liberato, Devyn Nekoda e Josh Segarra. É muito hormônio pra pouco elenco (risos). Mas essas caras jovens e competentes tendem a deixar a trama muito interessante. Falando em trama, vamos à ela!

Sam, Tara, Chad e Mindy, os quatro sobreviventes do massacre realizado pelo Ghostface, decidem deixar Woodsboro para trás em busca de um novo começo na cidade de Nova York. Na faculdade, estão envolvidos em questões típicas da idade, como namoros, festas de fraternidades e aulas. Mas a tranquilidade dura pouco, pois não demora muito para eles se tornarem mais uma vez alvos de um novo serial killer.

Por que ver esse filme? Vários são os motivos! Fãs do gênero não podem perder essa estreia, por motivos óbvios, mas para além disso, alguns pontos colaboram para que a o público se interesse pelo filme. Primeiro, sua qualidade. Por exemplo, a cena de abertura, ela foi criada de maneira tão inteligente e com tamanho esmero que depois de vê-la você já saberá que deve esperar apenas o melhor do restante da obra. Além do mais, Pânico VI deve ser visto porque o elenco mais jovem, ciente da falta que alguém como Neve Campbell faz num filme desse peso, acabaram por entregar o melhor de si em suas atuações, de forma que deram conta de entregar um novo capítulo dessa franquia ainda mais sanguinário e empolgante. Boa sessão!

 

Assista ao trailer: 

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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