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Pânico (2022)


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 20/01/2022
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As férias chegaram ao fim e mais uma vez, caros leitores, o final das férias vem carregado com o gosto amargo de mais uma grande onda de contágios por COVID-19. A escalada no número de casos dessa vez vem comandada pela nova variante ômicron que está, mais uma vez, impossibilitando aquele passeio gostoso de fim de semana no cinema. Mas, nem tudo é desespero, a Campanha de Vacinação    mesmo diante das várias tentativas de sabotagem do (des)governo  ,   deu certo e muita gente tem mantido o ritmo normal da vida, o que inclui aquela ida básica ao cinema no fim de semana. Bem por isso, no texto dessa semana irei comentar sobre uma grande estreia do cinema que vale a pena ser vista, mas também vou dar algumas indicações para você, que é mais cauteloso em relação a pandemia, poder ver em casa.

Vamos começar falando sobre Pânico (2022), que estreou nos cinemas semana passada. Coloquei entre parênteses o ano para que você não confunda o filme com o clássico nico, de 1996, que é a grande inspiração para essa história. No final do ano passado eu já havia comentado sobre essa forte tendência de Hollywood em revisitar antigos grandes sucessos por meio de reboots e sequências. Parece que isso é mais do que uma fase passageira e Pânico (2022) é uma prova disso. Vinte e cinco anos após o lançamento do primeiro filme, dirigido pelo mítico Wes Craven grande nome do cinema de terror , os diretores Matt Bettinelli-Olpin & Tyler Gillett encabeçam uma obra que é um misto de homenagem e reboot.

É impossível falar do filme em questão sem comentar o filme de 1996, nessa época eu era adolescente e nico acabou se tornando uma das minhas grandes referências para o subgênero de terror chamado slasher. Era uma grande ousadia fazer um filme que comentava e desconstruía o seu próprio gênero. Até então eu não era um grande apreciador dos filmes de terror, mas nico foi um divisor de águas para mim e para toda a minha geração. Isso porque ele desmistificou o terror e abriu as portas para a grande quantidade de adrenalina que um bom filme slasher é capaz de liberar nas veias do espectador.

Pânico, de 1996, era um filme marcante porque, para além das perseguições e das mortes, ele representava e dialogava com jovens e adolescentes que, no fim dos anos 1990, se encontravam em busca da construção de uma identidade até então indefinida devido a pressão do fim do milênio. Essa conexão com a realidade era um traço forte nos personagens principais e acompanhou os filmes em suas sequências (além do filme de 1996, houve Pânico 2, de 1997, Pânico 3, de 2000 e Pânico 4, de 2011), tornando-se uma característica da franquia. Um bom exemplo disso é o filme mais recente, Pânico 4, que levou para a tela uma crítica muito bem-feita em relação as mídias sociais e seus efeitos.

Agora, Pânico (2022) vai além e não apenas atualiza de maneira muito eficaz o perfil dos adolescentes da atualidade como revisita o filme de 1996 ao fazer uma crítica e desconstrução clara do estilo de terror mais queridinho dos últimos tempos, o chamado pós-terror. Se você for um espectador atento irá perceber isso já logo no prologo do filme, que não tem o mesmo desfecho da cena clássica de 1996 em que a jovem e bela Drew Barrymore era brutalmente assassinada (risos).

Tecnicamente falando o filme é bom e segue o mesmo caminho trilhado por Halloween, de 2018, que insere um novo elenco aproveitando o que havia de melhor no elenco antigo. A dupla de diretores, que também foram responsáveis pelo interessante Casamento Sangrento de 2019, respeitam e homenageiam a obra de Wes Craven, morto em 2015, mantendo a sua identidade e atualizando o clima de sadismo sátiro, tão comum à franquia. Nesse ponto, é possível afirmar que Pânico (2022) atende a toda a demanda por matanças no melhor estilo gore (subgênero do terror, mais voltado para a violência e sangue) enquanto faz o expectador se divertir e dar boas risada com um tipo muito peculiar de terror sombrio.

Cheio de referências e easter eggs, o filme é muito mais do que o tão popular fan service, pois tem algo mais a acrescentar e quem assume essa responsabilidade, para além dos diretores, é o elenco. Nomes como Mikey Madison, Jena Ortega e Jack Quaid (ele é uma das estrelas da série The Boys da Amazon e filho dos atores Denis Quaid e Meg Ryan) se juntam aos míticos Neve Campbell, Courtney Cox e David Arquete para formarem um elenco em constante diálogo entre o velho e no novo, entre o slasher e o pós-terror (ou terror elevado como alguns gostam de chamar) entre a maturidade e a irreverência. Vamos à trama!

Essa quinta parte da famosa franquia é uma sequência direta dos acontecimentos do filme de 2011, que mostrará uma mulher voltando para sua cidade natal e tentando descobrir quem está cometendo os atuais crimes cruéis, vinte e cinco anos depois que uma série de assassinatos brutais chocou a pacata cidade de Woodsboro, na Califórnia. Agora um novo assassino veste a máscara do Ghostface e começa a mirar em um grupo de adolescentes, ressuscitando os segredos do passado mortal da cidade e reacendendo os traumas nos sobreviventes, que, novamente, irão enfrentar essa ameaça violenta.

Por que ver esse filme? Porque todo filme dessa franquia é sempre uma boa surpresa. Como reboot, ele não está à altura do filme de 1996, mas, mesmo assim, é respeitoso, divertido, faz grandes homenagens não apenas à própria franquia, como também para outros clássicos do gênero. Bem por isso, ele é um filme obrigatório para todo fã de terror.

Mas, se você estiver com medo da escalada da variante ômicron e preferir ficar na segurança e no conforto do lar, eu indico dois filmes interessantes para você curtir no sofá de casa nesse finalzinho de férias. Tick, Tick... Boom e Eternos. O primeiro filme, Tick, Tick... Boom, você encontra na Netflix e é baseado na obra autobiográfica do compositor Jonathan Larson, que faleceu prematuramente, e marca a estreia do talentosíssimo Lin-Manuel Miranda na direção. Um musical com uma narrativa completamente diferenciada, envolvente e emocionante que garantiu para seu protagonista, Andrew Garfield, o Globo de Ouro de Melhor Ator em Musical nesse ano. O segundo, Eternos, acabou de ficar disponível no Disney Plus e vem repleto de reflexões implícitas que buscam levar o público a questionar seu destino e a maneira como cada um percebe o seu papel no mundo. Os dez heróis centrais estão conectados com todos os filmes futuros da fase 4 do MCU (o Universo Cinematográfico da Marvel), como a obra não teve uma grande procura nas bilheterias no cinema, se você for fã da Marvel e perdeu esse filme não pode deixar passar essa oportunidade de contemplá-lo em casa. Fique atento para as cenas pós-créditos, elas são reveladoras. Boa sessão!

              Assista ao trailer:

Odailson Volpe de Abreu


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