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Ghostbusters: Apocalipse de Gelo


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 18/04/2024
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A Coluna Sétima Arte dessa semana quer comentar um pouco sobre nostalgia. Quem foi criança ou adolescente ao longo das décadas de 1980 e 1990, com certeza lembra com saudosismo dos filmes de Os Caça-Fantasmas. O primeiro filme da franquia, de 1984, foi um marco da cultura pop e continua sendo lembrado com carinho por várias gerações. Ele apresentou ao público um elenco memorável e carismático, incluindo o incrível e talentoso Bill Murray, Dan Aykroyd e Harold Ramis, um grupo cujo timingmico e dinâmica na tela conquistaram espectadores em todo o mundo. Como boa parte das obras daquele período, é claro que a história do filme original não envelheceu muito bem em algumas partes, mas, mesmo assim, sua combinação de comédia, ação e elementos sobrenaturais ainda é icônica, tanto que rendeu um desenho animado que fazia a alegria das crianças nas manhãs de domingo na segunda metade da década de 1980 e depois uma continuação com Os Caça-Fantamas II, em 1989

Recentemente tivemos Ghostbusters: Mais Além, que foi recebido de forma positiva pela crítica em 2021. O filme, dirigido por Jason Reitman, filho de Ivan Reitman, diretor do filme original, foi elogiado por sua abordagem que misturava nostalgia e inovação e reacendeu o interesse dos antigos fãs e das novas gerações sobre a história daquele grupo que procurava dar fim em manifestações sobrenaturais. A produção prestou uma homenagem respeitosa à franquia original, integrando elementos clássicos do filme de 1984 com uma nova geração de personagens, enquanto equilibrava o humor característico com momentos de emoção. A presença dos personagens clássicos, combinada com uma história que atualizava a saga para um novo público, foi vista como uma boa continuação para a franquia, agradando tanto aos fãs de longa data quanto a novos espectadores.

Agora chegou aos cinemas mais um longa dessa franquia, Ghostbusters: Apocalipse de Gelo. Esse filme busca dar continuidade a essa nova abordagem que buscou introduzir uma geração mais jovem de caçadores de fantasmas. Da mesma forma que o filme anterior, tenta manter a conexão com o elenco original e o legado do primeiro filme. O filme traz de volta a essência da série com a presença de personagens clássicos, além de novas adições ao elenco, incluindo Mckenna Grace, Finn Wolfhard e Kumail Nanjiani.

A direção, dessa vez, ficou por conta de Gil Kenan, roteirista do filme anterior, que busca manter aceso o interesse do público pela franquia, preservando elementos nostálgicos enquanto apresenta novos personagens e novos desafios. A trama acompanha novamente a família Spengler enquanto eles deixam para trás a fazenda do avô e se mudam para Manhattan, estabelecendo-se no quartel-general original dos Caça-Fantasmas. A história se desenrola quando eles enfrentam uma nova ameaça sobrenatural que coloca o mundo em perigo.

O filme explora temas de legado e herança, com os netos de Egon Spengler assumindo o papel de caçadores de fantasmas e lutando para proteger a cidade de uma catástrofe iminente. O diretor, Kenan, se esforça para honrar a memória do filme original mesmo diante do desafio de levar novas perspectivas para a série. Bem por isso, as referências ao primeiro filme são abundantes e, nem sempre, necessárias. Só para citar algumas, é possível perceber desde a presença de Geleia e da biblioteca até um ressurgimento do Ecto-1.

No entanto, é necessário falar sobre o roteiro, pois ele enfrenta desafios devido a essa busca constante em equilibrar esses elementos clássicos com a narrativa mais adequada para os tempos atuais. Um expectador mais atento irá perceber claramente que, em certos momentos, a nostalgia se torna excessiva e tende a desviar o foco da história principal. O elenco original tem um papel significativo na trama, mas em alguns casos, sua presença pode parecer forçada, servindo mais como um aceno aos fãs antigos do que necessariamente como parte integral da narrativa.

A direção de Kenan apresenta uma visão mista, com sequências de ação eficazes, mas também momentos em que a trama perde ritmo devido à falta de desenvolvimento da história. As cenas de perseguição pelas ruas de Nova York com o Ecto-1, por exemplo, são empolgantes e evocam a energia do filme original, mas só isso não basta para convencer. Essa continuidade da franquia merecia um pouco mais de cuidado com a trama, outro exemplo é a resolução do conflito central, que se dá de forma abrupta, meio às pressas e de maneira previsível. Uma falha que pode custar bem caro ao futuro da franquia, pois tende a desagradar os críticos e boa parte dos fãs.

Na questão técnica, os efeitos visuais e especiais são um ponto forte do filme, com uma combinação de computação gráfica e efeitos práticos que trazem os fantasmas à vida de forma convincente. No geral, Ghostbusters: Apocalipse de Gelo é uma adição interessante à franquia, que não abre mão da nostalgia, mas que flerta com a inovação e com a atualidade. Embora possa não ser tão impactante quanto o filme original e nem tão criativo quanto seu antecessor, ele oferece momentos divertidos e homenageia a série de maneira respeitosa. O elenco, tanto o de atores veteranos quanto os novos membros, esbanjam carisma e energia, o que dá um bom respiro à produção diante dos problemas de roteiro.

Por que ver esse filme? Ghostbusters: Apocalipse de Gelo é um filme indicado primeiramente aos fãs de longa data da franquia, mas também deve ser visto pelos novos espectadores que se apaixonaram pela história após o filme de 2021. Independentemente dos problemas técnicos, ele é capaz de proporcionar uma experiência divertida com um toque de aventura e humor. É claro que certos aspectos possam não agradar a todos, mesmo assim, Ghostbusters: Apocalipse de Gelo consegue manter a essência da franquia enquanto oferece algo novo para a essa próxima geração de caçadores de fantasmas. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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