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A Freira 2


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 14/09/2023
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Há alguns dias eu reclamava da falta de filmes de filmes terror no cinema e eis que ultimamente vários filmes desse gênero estrearam na tela grande. Bem por isso, a Coluna dessa semana vai, mais uma vez, se dedicar a comentar sobre esse gênero tão adorado pela maioria do público, principalmente por causa de sua capacidade de provocar medo e emoções intensas. O filme da vez, que estreou no último feriado, é a continuação do filme de 2018 e que era um derivado da franquia Invocação do Mal. Essa semana, você ficará por dentro de tudo o que vale a pena saber tanto sobre o filme A Freira 2, quanto sobre a própria franquia a qual ele deve a sua origem.

Vamos começar falando sobre Invocação do Mal. Essa franquia é conhecida por seus filmes de terror de sucesso e por ter um fandom dedicado. No entanto, o filme A Freira, em 2018, embora tenha sido o mais lucrativo da franquia em termos de bilheteria, recebeu críticas mistas de fãs e críticos. O que levou muita gente a taxá-lo com um fracasso. O que seria, no mínimo, uma incoerência.

Tal alegação se deve principalmente aos elevados padrões da franquia Invocação do Mal, que estabeleceu um parâmetro muito alto para os filmes de terror modernos, com histórias envolventes, personagens cativantes e uma atmosfera assustadora. Por isso, A Freira enfrentou a difícil tarefa de corresponder às expectativas dos fãs, algo que pode ter contribuído para a sensação geral de decepção. Além disso, muitos críticos apontaram que A Freira falhou em desenvolver personagens tão profundamente quanto nos demais filmes da franquia de origem. Para piorar, teve quem destacou que A Freira recorreu a clichês de terror previsíveis, tornando a trama menos original e impactante do que os demais filmes de Invocação do Mal.

Em resumo, tanto para os críticos quanto para os fãs A Freira pode ser compreendido como um filme controverso, já que foi um sucesso de bilheteria e mesmo assim acabou sendo considerado por muitos como um fracasso devido à dificuldade de atender às altas expectativas estabelecidas para ele, principalmente porque o demônio em questão, Valak, desde sua primeira aparição inspira medo e tensão. Na minha opinião, o que mais faltou em A Freira foi um pouco mais do típico horror psicológico tão tradicional nos filmes da franquia.

Interessante é que mesmo diante de tudo isso, os estúdios não hesitaram em aprovar uma continuação para A Freira, sinal de que independentemente das controvérsias, esse foi sim, acima de tudo um filme lucrativo e que ainda instiga interesse junto ao público. Por isso, no feriado do dia 07 de setembro chegou aos cinemas A Freira 2 com a missão de redimir seu antecessor.

Para isso, escolheram o diretor Michael Chaves, ele mesmo, uma verdadeira controvérsia no ramo, já que foi responsável pelo péssimo A Maldição da Chorona e, depois, pelo interessante Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio. O bom é que ele preferiu esquecer sua experiência com A Maldição da Chorona e focar no que deu certo, por isso, sua direção é bem segura, o que colaborou para o seu novo filme funcionar muito bem. Há muito esforço por parte de Chaves para construir uma história sólida, desenvolver bem os personagens e ofertar eixos narrativos que empolguem o público.

Por outro lado, todo esse esforço vem carregado com a responsabilidade de salvar o lucrativo spin-off de Invocação do Mal, o que fez com que o diretor em vários momentos agisse como se estivesse pisando em ovos. Bem por isso, o filme não surpreende e nem inova tanto quanto poderia, mas cumpre bem o seu papel e claramente está um patamar acima de seu antecessor. Independente disso, a obra de Chaves apresenta um excelente trabalho de fotografia, muita personalidade e ainda corrige os erros do filme anterior.

Ou seja, A Freira 2 faz tudo aquilo que o filme anterior não fez e oferece uma história muito mais interessante, sem falar que usufrui de todo o terror que o demônio Valak impõe a partir de sua apropriação profana da figura de uma freira. Muito mais focado em sustos, mas sem perder de vista o foco da história central a obra oferece sequências notáveis e repletas de tensão, com vários jump scares. As locações do filme também colaboram muito para isso, pois o clima transforma lugares repletos de aura sagrada em espaços medonhos e apavorantes. Escolas, abadias e Igrejas abandonadas são alguns exemplos disso.

O elenco conta com uma dupla excelente de atrizes, mas que infelizmente têm pouco tempo juntas em cena, Taissa Farmiga e Storm Reid. A primeira interpreta Irmã Irene, já a segunda faz o papel da freira novata Debra. A relação das duas é muito interessante e sempre positiva quando estão em cena, mas tanto o roteiro quanto o diretor exploram pouco esse núcleo para dar mais espaço para o personagem Maurice, interpretado por Jonas Bloquet, um velho conhecido dos fãs da franquia. Vamos à trama!

Em 1956, na França, um padre é assassinado misteriosamente e parece que um mal está se espalhando aos poucos. Irmã Irene é designada para investigar o caso e se depara com uma sequência de assassinatos de figuras religiosas, o que indica que um velho mal está mais uma vez agindo. Determinada, Irene, ficará outra vez face a face com essa força demoníaca.

Por que ver esse filme? O filme impõe ao público a frustração de ter que esperar mais uma sequência para contemplar o que acontece a partir da cena pós-créditos de A Freira. No entanto, merece ser visto porque faz um resgate da obra à sua essência. Ou seja, ele é menos A Freira e muito mais Invocação do Mal, repleto de jump scares, com uma história interessante (ainda que arrastada em sua parte final) e personagens cativantes. Eu ousaria dizer que um dos bons motivos para assistir A Freira 2 no cinema é principalmente seu tom “aventuresco” misturado ao clima de terror. Aproveite e boa sessão! 

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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