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Pesquisa: Mães do Sul apontam falta de tempo, desinformação e dificuldades de acesso como barreiras para manter a vacinação dos filhos em dia


Por: Assessoria de Imprensa
Data: 24/05/2023
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Em um momento de baixa cobertura vacinal, pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, a pedido da Pfizer, investiga a percepção da escola como aliada da imunização e os obstáculos à proteção, que se acentuam entre os mais vulneráveis: mulheres negras, de menor renda ou com filhos estudando na rede pública

Foto: Freepik

Pelo menos 6 em cada 10 mães brasileiras (66% no nacional e 71% das mães do Sul) relatam que já atrasaram a vacinação dos filhos ou deixaram de imunizá-los por motivos como falta de tempo, distância entre sua casa e o local da aplicação, perda da carteirinha ou dificuldades para lembrar das datas das doses. Essa é uma das constatações da pesquisa Escola: Uma aliada da vacinação infantil, conduzida pelo Instituto Locomotiva a pedido da Pfizer, com a participação de 2 mil mães de crianças e adolescentes com idade até 15 anos.

 "A taxa de vacinação infantil no Brasil vem sofrendo uma queda importante nos últimos anos, deixando a população mais exposta a doenças que antes estavam sob controle, como o sarampo. Sabemos que essa questão foi agravada pela pandemia, mas estamos falando de um problema multifatorial, complexo, influenciado por vários elementos, sejam eles sociais, econômicos, comportamentais ou de informação. Por isso, com a nova pesquisa, propomos um olhar mais aprofundado desse cenário, como forma de contribuir para a busca de soluções que realmente possam transformar a situação", diz a diretora médica da Pfizer, Adriana Ribeiro.

 A desinformação que alimenta a desconfiança

O levantamento, que contempla entrevistadas de todas as regiões do País, também indica o quanto a compreensão do calendário de vacinação infantil pode ser desafiadora para as mães: 68% das participantes dizem que já se sentiram confusas sobre a imunização dos filhos (entre mães sulistas, o número fica em 76%). Esse achado se soma a outros dados da pesquisa que indicam a importância da busca por caminhos que façam a informação de qualidade chegar a esse público: apenas 24% da amostra total da pesquisa considera elevado o seu conhecimento sobre o tema vacinas (entre mães sulistas, o conhecimento é considerado elevado por 26%).

 Quando perguntadas sobre os motivos que mais atrapalham a vacinação infantil, as entrevistadas do Sul ouvidas pela pesquisa apontam a falta de informação sobre as vacinas (43%) como o principal obstáculo. Falta de informação e conhecimento sobre o calendário vacinal (42%) e horários restritos de funcionamento dos órgãos de Saúde (40%) foram outros motivos relevantes que dificultam a vacinação infantil no País.  

 Mães sobrecarregadas: faltam tempo e suporte

Juntamente com as dificuldades de informação sobre as vacinas, a sobrecarga materna desponta como outro fator de impacto para a imunização pediátrica. A maioria das mães entrevistadas do Sul (66%) relata que, com as demandas do dia a dia, acaba esquecendo as datas de vacinação dos filhos.

 Nesse contexto, mais da metade (58%) das participantes sulistas da pesquisa declara ter dificuldades para gerenciar a carteirinha dos filhos.  Diante desse desafio, 81% das mães da região afirmam que gostariam de receber alguma ajuda para lembrar e organizar as datas de vacinação dos seus filhos,

O impacto da desigualdade social

Embora as dificuldades permeiem todos os diferentes grupos de mães contemplados pela pesquisa, o problema se acentua nas camadas mais vulneráveis: mulheres negras, de menor renda ou com filhos estudando em escolas públicas. Na amostra da região, apenas 31% das entrevistadas afirmam receber algum tipo de acompanhamento ou ajuda para lembrar das datas de vacinação das crianças, esse porcentual sobe para 51% entre aquelas das classes AB da amostra geral.

Em outra frente, enquanto 31% das participantes da pesquisa no Sul indicam que já atrasaram a vacinação dos filhos ou deixaram de imunizá-los por residirem longe do local de vacinação.

 "Essas também são as regiões do País que apresentam os indicadores mais baixos de imunização infantilPortanto, é importante considerar o impacto da desigualdade social dentro desse cenário para que possamos buscar soluções que ajudem a transpor cada um dos obstáculos enfrentados pelas famílias na imunização de suas crianças", afirma o pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Mesmo em relação ao acesso à informação, o impacto das desigualdades sociais também transparece no recorte geral (nacional). Enquanto 52% das mães das classes AB consideram elevado seu conhecimento sobre vacinas, na outra ponta apenas 18% daquelas pertencentes às classes DE têm a mesma percepção.  Na esteira dessas desigualdades, a pesquisa aponta que, com exceção da imunização contra a gripe, para todas as outras vacinas pediátricas, a declaração de adesão é maior entre as mulheres com filhos estudando em escolas particulares.

A escola como aliada

Em meio aos obstáculos que dificultam a imunização das crianças, quase 9 em cada 10 mães entrevistadas da região sul (89%) acreditam que a escola poderia facilitar o acesso à vacinação infantil. A maioria dessas entrevistadas do Sul gostaria que a escola ajudasse a lembrar das doses previstas no calendário (78%).

Na opinião das mães ouvidas pelo levantamento, a possibilidade de vacinar os filhos dentro da escola seria uma medida ideal: essa é a opinião de 77% da população entrevistada na região (no recorte nacional, a taxa é de 76%).

A hipótese de imunizar as crianças na escola é percebida pelas mães não apenas como uma medida em benefício próprio: 84% das mulheres da região acreditam que essa alternativa colaboraria para aumentar a cobertura vacinal do País como um todo. Individualmente, caso essa alternativa fosse implementada, 79% das respondentes sulistas estão convencidas de que não atrasariam as vacinas de seus filhos. (o último indicador está acima da média nacional mostrada pelo recorte geral, que ficou em 77%, respectivamente).

Além disso, 80% das mães da região dizem que se sentiriam seguras com a imunização no ambiente escolar se soubessem que a aplicação seria realizada por profissionais qualificados. Nesse contexto, quase todas as entrevistadas (90%) afirmam que provavelmente autorizariam os filhos a receber as doses na escola – dessas, 81% dizem que a decisão independeria, inclusive, do tipo de vacina ministrada.  

Para Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, a pesquisa deixa claro que a escola pode ser uma aliada nesse processo, oferecendo uma série de benefícios, desde a lembrança das doses previstas no calendário até a possibilidade de vacinar os filhos dentro do ambiente escolar. "Esses resultados mostram a importância de investir em estratégias que facilitem o acesso à vacinação e reduzam as barreiras que muitas vezes impedem que as crianças recebam todas as doses necessárias. As mães brasileiras acreditam que essa parceria entre escolas e autoridades de saúde pode fazer a diferença na vida de muitas crianças, ajudando a prevenir doenças e promovendo a saúde pública", comenta Meirelles.


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