Dieta mediterrânea previne doenças cardíacas de acordo com estudo
De acordo com um estudo publicado no The Lancet, uma dieta mediterrânea previne doenças cardíacas melhor que uma dieta baseada em uma alimentação com baixo teor de gordura. O estudo que durou sete anos foi divulgado no dia 14 de maio deste ano.
Para a realização do estudo, os pesquisadores espanhóis recrutaram 1.002 pessoas com idades entre 20 e 75 anos que tinham doença arterial coronariana - obstrução das artérias coronárias, os vasos sanguíneos que irrigam o músculo do coração. Durante o experimento, metade dos indivíduos foram aleatoriamente designados para seguir uma dieta com baixo teor de gordura, enquanto os outros seguiram uma dieta mediterrânea.
Todos eles se encontravam com um nutricionista pelo menos uma vez por mês, sendo pessoalmente ou por telefone. Ambas as dietas priorizavam vegetais, frutas, grãos integrais e legumes, bem como peixes e aves. Contudo, a dieta mediterrânea apresentava mais azeites, nozes e peixes gordurosos, enquanto a dieta com baixo teor de gordura incluía mais grãos, batatas e legumes, além de enfatizar técnicas de cozimento com baixo teor de gordura.
Após sete anos, aqueles que seguiram a dieta mediterrânea tiveram significativamente menos ataques cardíacos, derrames e outros problemas relacionados quando comparados àqueles que seguiram a dieta com baixo teor de gordura. Segundo os autores, este estudo de longa duração forneceu a evidência mais extensa até o momento sobre os benefícios cardíacos de um padrão alimentar no estilo mediterrâneo.
De acordo com o cardiologista Francisco Pupo, da clínica Prime Cor, a dieta mediterrânea é considerada a mais saudável do mundo e traz diversos benefícios. Ele explica que este estilo de alimentação “mostrou inúmeros benefícios, entre os quais estão a diminuição do risco da doença cardíaca e do derrame, além da prevenção do Alzheimer. Também foi observado a melhoria da artrite reumatoide e proteção contra alguns tipos de câncer”.
Dieta do mediterrâneo
Estudada desde a década de 50, a dieta mediterrânea tem se popularizado ao longo dos tempos. O modo de vida dos moradores das regiões banhadas pelo Mar Mediterrâneo como Grécia, Itália e sul da Espanha e da França está associado há bastante tempo à saúde cardiovascular e à longevidade.
Segundo outro estudo, publicado no Journal of the American Heart Association, pessoas que mantêm a dieta mediterrânea tradicional possuem um risco 26% menor de morte cardíaca súbita.
O cardiologista, Francisco Pupo, aponta que essa dieta é composta por comida fresca e natural como frutas, legumes, peixes (ricos em ômega 3), azeite, oleaginosas, grãos e cereais, além de um pouco de vinho. Leites e queijos são consumidos com moderação. Já a carne vermelha é consumida raramente.
Outras vantagens da dieta mediterrânea é que ela abrange vários grupos de alimentos, é mais fácil de seguir em comparação com dietas restritivas e há uma infinidade de opções culinárias.