Março Lilás: não deixe a vida terminar onde ela começa
Março é o mês da mulher, dia 08 comemora-se o Dia Internacional da mulher, onde merecidamente mulheres em todo o mundo são homenageadas e prestigiadas, pensando no bem delas, duas relevantes campanhas foram erguidas: o Março Amarelo, que trata da endometriose e o Março Lilás, campanha promovida pelo Ministério da Saúde, com o intuito de conscientizar a população sobre a prevenção, e no enfrentamento do câncer de colo de útero.
Ambas visam educar e promover o diagnóstico precoce dessas condições, proporcionando apoio às mulheres e incentivando a busca por cuidados médicos adequados.
Hoje falaremos sobre o Março lilás, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres. Para cada triênio 2023-2025 foram estimados 17.010 casos novos, o que representa uma taxa bruta de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres (INCA, 2022).
O Câncer do colo de útero é de fácil tratamento e cura. O medo, o preconceito, a falta de informação, ciúmes da parte do parceiro, são algumas causas que podem justificar a baixa procura ao serviço de saúde.
O câncer de colo uterino, também conhecido como câncer cervical, é causado por um vírus, o Papilomavírus Humano ou HPV. Este mesmo vírus também é responsável pelo câncer de pênis em homens.
Em algum momento da vida, a mulher poderá entrar em contato com ele. A boa notícia é que, a grande maioria, o vírus, é eliminado pelo próprio sistema imunológico da mulher, ele vem e vai e a mulher nem percebe; uma pequena parte desenvolve verrugas benignas, que podem ser localizadas na região anal, oral ou genital, porém cerca de 5% delas, o sistema imunológico não elimina o vírus, causando uma lesão no colo uterino, que evolui lentamente, por cerca de 10 anos, transformando-se então, em um Câncer.
A principal forma de contágio é através da relação sexual, embora possa ser transmitido em menor proporção, através da mãe para o feto ou objetos contaminados.
Acomete mais mulheres de baixa renda e escolaridade, pois, elas infelizmente têm maior dificuldade, para acessar os exames e o serviço de saúde.
Fatores como: início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros sexuais, má higiene, tabagismo, uso de pílulas anticoncepcionais, praticar sexo sem camisinha, ter tido alguma infecção sexual transmissível anterior, baixa imunidade, histórico familiar, não realizar o Papanicolau regularmente, podem causar a doença.
É uma doença silenciosa, porque ela não apresenta sintomas no início, os sintomas só aparecem numa fase avançada da doença.
O ideal é descobrir o câncer no início, quando ele não apresenta os sintomas, pois, quanto mais cedo descobrir, mais fácil e menos traumático será o tratamento.
Na fase avançada, a mulher pode começar a sentir os sintomas, que podem ser: sangramentos menstruais irregulares, dor e sangramento durante a relação sexual, dor no repouso e no baixo ventre, aperto na região do baixo ventre, corrimento de cor escura com odor forte e desagradável; em casos ainda mais avançados a paciente pode ter fortes dores pélvicas, anemia, dor na região lombar e abdominal, obstrução das vias urinárias e intestinais, perda de apetite e de peso.
Como se prevenir? Fazendo o preventivo de câncer, que é mais conhecido como Papanicolau, com regularidade. O exame é capaz de detectar lesões numa fase precoce da doença.
Trata-se de um exame rápido e indolor, onde o profissional de saúde introduz um aparelho chamado espéculo no canal vaginal, para que ele possa visualizar o colo de útero e o com uma escovinha e uma espátula de madeira, delicadamente promove uma escamação da superfície externa e interna do colo de útero; feito isso, ele coloca as células colhidas numa lâmina de vidro que é levada para a análise. O desconforto não é nada, comparado aos benefícios que este exame traz.
O exame deve ser feito anualmente, partir do momento que a mulher começa a ter relações sexuais, até os 64 anos de idade. A gravidez não é impedimento para realizar o exame. É importante salientar que, não é apenas fazer o exame, é preciso retornar para pegar o exame e mostrar para o médico.
Usar camisinha, além de prevenir o HPV, ajuda a prevenir contra o HIV e ISTs. Vacine seus filhos contra o HPV, não dê ouvidos a fake News, a vacina é segura e está disponível na rede pública. O Ministério da Saúde, disponibiliza para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a14 anos. A vacina protege contra os tipos: 06 e 11 que causam verrugas genitais e 16 e 18 responsáveis pelo câncer de colo de útero.
Portanto, vá ao médico regularmente, faça seu preventivo, use camisinha, tenha bons hábitos de higiene, pare de fumar, e tenha uma boa qualidade de vida.
A vida não deve terminar, onde ela começa, para isso prevenir é o melhor caminho. Se ame, ter amor próprio é cuidar de dentro para fora. Lembre-se disso.
Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.