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As histórias bíblicas são fascinantes e repletas de ensinamentos preciosos para os nossos corações. No livro de Êxodo, encontramos a saída de Israel do Egito e o início de sua peregrinação rumo à terra prometida por Deus.

Cerca de dois meses depois que saíram do Egito, Israel sofre grande investida dos amalequitas em Refidim (c.f. Êxodo 17.8-16). Moisés imediatamente ordenou a Josué, Filho de Num, que selecionasse homens para a batalha e avançassem contra os inimigos. A orientação era que, enquanto Josué e seus soldados estivessem no campo de batalha, Moisés ficaria no alto do monte com o bordão de Deus na mão.

Esse mesmo bordão já entrara em cena em outras ocasiões. Poucos dias antes desse episódio em Refidim, Deus mandou que Moisés erguesse esse bordão para que o Mar Vermelho fosse dividido e os filhos de Israel pudessem passar pelo meio do mar em seco (Êxodo 14.16,21,22). Em seguida, o mesmo bordão mais uma vez foi levantado para que as águas do mar se voltassem contra os egípcios, destruindo-os (vs. 26-29). Assim, o cajado erguido simbolizava duas coisas: a vitória do SENHOR trazendo salvação para o seu povo e juízo contra os seus inimigos.

Voltando à batalha de Refidim, algo muito interessante ocorreu ali: enquanto Moisés ficava com a mão levantada, ou seja, com o cajado erguido, Israel prevalecia contra os amalequitas. Porém, quando o profeta abaixava a mão, eram os amalequitas que venciam.

Moisés, que já estava velho, ficou exausto no momento do confronto não suportando mais estender o bordão.  Logo providenciaram apoio para que pudesse assentar-se. Além disso, Arão e Hur, um de cada lado, segurava os braços fracos e cansados de Moisés, até o por do sol, para que Israel finalmente obtivesse a vitória contra o exército inimigo, o que realmente aconteceu.

Essa batalha em Refidim foi um acontecimento muito interessante na história da redenção e nos traz algumas lições. Em primeiro lugar, aprendemos que Deus não tolera rebelião dos homens contra Ele. O que aconteceu em Refidim não era apenas uma guerra tribal. Segundo as Escrituras, os amalequitas estavam se rebelando contra o Deus vivo e por isso avançaram contra os israelitas. O versículo 16 afirma que havia oposição de homens contra o trono de Deus: e disse: Porquanto uma mão se levantou contra o Trono do SENHOR, o SENHOR fará guerra com Amaleque de geração em geração. Êx 17:16  (Tradução Reina Valera em Português). Na verdade, essa inimizade dos amalequitas contra Israel, que já era antiga e se prolongou por muitos anos, era um símbolo de uma inimizade, que corta toda a história, entre o povo de Satanás e o povo de Deus (Veja 1 João 3.12,13). A batalha em Refidim é um retrato de uma batalha muito maior travada desde a Queda, em andamento até hoje, quando os homens levantam suas mãos contra o trono do Altíssimo em rebelião a sua lei, tornando-se merecedores da mão estendida de Deus, não para abençoar, mas para julgar toda rebelião.

Em segundo lugar, fica claro que Deus é quem verdadeiramente faz a diferença na batalha. Josué era hábil na batalha e havia selecionado os melhores guerreiros. Moisés era um profeta do Senhor e também estava envolvido. Mas o poder não é dos homens, mas de Deus. Na verdade, a imagem de Moisés sem forças para manter a mão estendida simboliza exatamente a fraqueza, a incapacidade e a total dependência que os homens têm do seu Criador e Redentor. O bordão na mão de Moisés simboliza o poder de Deus que deu graciosamente a vitória aos israelitas. É verdade que nas batalhas temos de lutar, e lutar com habilidade e dedicação, mas, no fim das contas, o poder deve ser entendido como de Deus e não dos homens. Como é fácil esquecermo-nos dessa verdade tão importante nas batalhas da vida e esquecermos da nossa dependência de Deus.

Em terceiro lugar, esse episódio em Refidim faz-nos lembrar de algo muito mais importante na história da redenção que aconteceu em outra colina, quase 1500 anos depois de Moisés. Nessa colina posterior, mãos também foram estendidas para julgamento e salvação. Nela, encontramos fraqueza humana, sangue, agonia, suor e manifestação sem igual de poder divino, enquanto a paz e a justiça se beijavam. Ali, nessa que foi a maior batalha da história, os inimigos de Deus foram todos derrotados. Nessa colina chamada Calvário, nesse episódio cravado no centro da história da humanidade, o povo de Deus também foi liberto por meio de julgamento divino. Há, no entanto, uma diferença impactante: Em Refidim, Moisés estendeu a mão para aplicar julgamento. No Calvário, Jesus Cristo, o Filho de Deus, estendeu as mãos para receber sobre si julgamento, no lugar e em favor do seu povo eleito, como cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Bendito seja seu santo nome!

Após a batalha de Refidim, o SENHOR Deus ordenou que a vitória fosse registrada para que fosse lembrada. E assim foi feito. Também Moisés construiu um altar e lhe deu o seguinte nome: O SENHOR Deus é a minha bandeira (Êxodo 17.15). Em uma batalha, a bandeira era um ponto de referência importante para os soldados. Assim eles permaneciam agrupados e firmes nas batalhas. A nossa bandeira é o próprio Deus. É Jesus Cristo, nosso foco, nossa justiça e salvação, nossa força que nos encoraja e nos conduz em triunfo. Neste momento, Jesus está entronizado, à direita de Deus, e seus poderosos braços ressurretos estão estendidos em favor do seu povo amado. Não desanime, não perca o foco porque “Iahweh-Nissi” – o Senhor é a nossa bandeira.  

 

Rev. Azael Araújo

Pastor na Igreja Presbiteriana do Brasil em Nova Esperança

rev.azaelaraujo@gmail.com

Azael Araújo

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