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Se nós não sabemos, por que elas têm que saber?


Por: Rhuana Moura Pacheco
Data: 26/06/2023
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Você já se pegou pedindo para uma criança engolir o choro logo após cair ou se frustrar? Não conseguiu compreender uma birra e bateu para que a criança parasse logo? – o que muitas vezes nem acontece. Pois bem, talvez esse texto seja bom para você.

O desenvolvimento emocional infantil tem tomado uma proporção de estudos muito pertinente à mudança na educação dada pelos pais atuais, ou seja, tem crescido o número de estudos que procuram a educação positiva ou não-violenta/não-punitiva. Essa forma educacional prioriza os sentimentos e sensações da criança, permitindo que ela passe a compreendê-las melhor para que consiga manejar as emoções. Esse assunto é uma polêmica hoje dia? Aham. E é por isso que acredito ser importante compreendermos um pouco sobre o desenvolvimento emocional infantil. Então, abra sua mente e vem com a psi:

O desenvolvimento emocional é formado por uma gama de habilidades cognitivas como a regulação de comportamento, que acontece de maneira gradual e por meio das vivências e aprendizagens da criança, ao longo da vida. Podemos perceber três fases: aquisição – expressão e percepção das emoções, refinamento – modificações nas emoções e comportamento pelo contexto social e cultural e transformações – processamento das emoções para modificar a forma de pensar ou agir.

As crianças não nascem sabendo que o que sentem às vezes é raiva, alegria, tristeza, sono ou fome, elas aprendem isso por meio das experiências e educação que são dadas. Criemos uma comparação: você criou uma grande expectativa para comprar um ingresso de um show ou jogo importantíssimo e diante das condições (lista de espera, preço ou disponibilidade de data), você não conseguiu comprar. Você provavelmente ficará irritado, triste e, em alguns casos, até violento, certo? Então por que uma criança não pode se irritar quando não consegue um brinquedo que almeja, quando ela é quem não sabe lidar com os sentimentos ao invés de nós?

É interessante então, que busquemos uma educação emocional para as crianças (e até para nós mesmos), em que o objetivo é aprender a identificar, nomear e lidar com as emoções pessoais e do outro. A partir dessa educação, espera-se que a criança possa identificar e comunicar suas emoções, lidar com frustrações, não agir de maneira impulsiva, incentivar a empatia, autoestima e autoconfiança, resolver problemas, entre outras. Essa educação emocional deve ser praticada desde bebê, pois ainda que ele não fale, ele pode ir compreendendo a importância de sentir.  e memorizando os nomes.

Não existe emoção ruim ou feia, todas as emoções devem ser sentidas e constituem um espaço importante na construção humana, por isso é importante que as crianças tenham seu espaço de escuta quando quiserem expressar os sentimentos. Claramente, alguns sentimentos podem não ser adequados para determinado momento e precisam ser manejados, mas ainda assim, sentidos. É importante também que olhemos a partir do ponto de vista da criança, sem julgamentos, afinal, o que pode ser “bobo” para nós, para criança tem uma grande importância.

Busque a comunicação, seja uma porta aberta para que a criança se expresse e se sinta acolhida. Entre no universo dela, compreenda o que ela já sabe ou o que precisa aprender. E principalmente, seja exemplo! Gritos, falta de paciência e falta de explicação não ajudam, mas uma boa escuta, o “dar nome aos bois” e a acolhida, sim!

Rhuana Moura Pacheco

Habla mesmo, psi


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