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Abril Azul


Por: Rhuana Moura Pacheco
Data: 10/04/2023
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O “Abril Azul” foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o mês de conscientização acerca do Autismo, por isso, não haveria como iniciarmos as publicações neste mês sem trazer visibilidade para um tema tão importante para o saber popular. Mas afinal, psi, o que é o Transtorno de Espectro Autista (TEA)?

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que se caracteriza por dificuldades na interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e/ou restritos. Mesmo podendo ser diagnosticado em qualquer idade, seu início e percepção das características se dão na infância, geralmente, nos dois primeiros anos de vida. Além do mais, o autismo pode se manifestar em diferentes níveis e afetar cada pessoa de uma maneira distinta, ainda que os sinais sejam semelhantes e, por isso, se enquadra como um “espectro”.  Existem três níveis, de acordo com o suporte necessário: Nível 1: “leve”, em que o indivíduo precisa de pouco suporte; Nível 2: “moderado”, em que o indivíduo precisa de um suporte razoável; Nível 3: “severo”, em que o indivíduo precisa de muito suporte.

Existem algumas características mais visíveis, como: atraso da fala; repetição de palavras ou frases por inúmeras vezes; interesse por movimentos circulares; dificuldade em manter contato visual; sensibilidade a sons e texturas; não interação com outras crianças; necessidade de rotinas específicas; interesses de forma exagerada e obsessiva; entre outros. A partir dessas informações, você pode me perguntar: “Psi, eu conheço uma criança que tem 2 anos e 3 meses e ainda não fala, ela é autista?” ou me dizer: “Psi, meu amigo não olha no meu olho quando conversamos. Certeza que é autista!” e eu te direi: Cuidado! É preciso entender mais sobre o diagnóstico.

Para tal, é necessário avaliar um conjunto de comportamentos e, também, entender o desenvolvimento do indivíduo por meio entrevistas, uso de testes, além de ser respaldado por uma equipe multidisciplinar. Existem diferenças e dificuldades para o diagnóstico de acordo com a idade: no caso das crianças, a investigação também se aplica aos pais, cuidadores e professores; já para pessoas adultas ou idosas, é comum que os sintomas sejam confundidos com ansiedade ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). É interessante, entretanto, que o diagnóstico seja feito de maneira precoce para que haja um direcionamento do tratamento mais adequado, visando o desenvolvimento frutuoso do indivíduo.

A intervenção multidisciplinar (psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, psiquiatria e neuropediatria) tem se mostrado a melhor escolha de tratamento para o TEA, afinal, melhora a qualidade de vida do indivíduo, respeita seu nível de desenvolvimento e peculiaridades, além de proporcionar à família uma orientação adequada e suporte. As principais metodologias utilizadas são: ABA (Applied Behavior Analysis), PECS (Picture Exchange Communication System), Son Rise e TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication handicapped Children).

O mês de abril, muito além de trazer visibilidade para o autismo, evita que frases como, “mas nem parece autista”, de cunho capacitista e equivocado sejam ditas. É necessário que esse movimento seja abraçado para que as crianças, adultos e familiares também sejam.  Com essa conscientização, tornamos a sociedade mais inclusiva e solidária para os autistas. Que sejamos inclusivos não só em abril, mas sempre!

Locatelli, P. B; Santos, M. F. R. AUTISMO: Propostas de Intervenção. Revista Transformar, n. 8, 2016.

American Psychiatric Association. Manual diagnostico e estatístico de transtornos mentais: DSM-IV. Porto Alegre: Artmed, 1995.

Rhuana Moura Pacheco

Habla mesmo, psi


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