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É natural e esperado que as crianças sintam medo.


Por: Luiza Graziela Santos Dias
Data: 22/09/2020
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O medo um alerta de que algo ameaçador pode acontecer, isso evita que a criança corra riscos desnecessários. Não ter medo em certas idades é preocupante, pois a criança pode correr certos riscos, como por exemplo, subir em superfícies altas e cair. Uma criança sem medo algum pode entrar em situações perigosas.

É comum que as crianças entre 3 e 5 anos sentam muito medo de diversas situações, e deve passar conforme a criança cresce e amadurece emocionalmente. Nessa fase o papel dos pais é fundamental, são eles que ajudam a criança a passar de forma tranquila pelos medos e superá-los, mas os pais também podem gerar um trauma difícil de superar caso não lidem da forma adequada. Por isso é fundamental saber como ajudar a criança.

Mas como ajudar meu filho?

Primeiro de tudo respeite a criança e leve a sério o seu medo, o apoio é importante, mas não suficiente. Ao lidar com os medos do seu filho, você precisa ter coerência. Não pode dizer que o bicho papão não existe para a criança parar de chora à noite, mas na manhã seguinte falar em alto e bom som que o mesmo vem pegá-la se ela não comer toda a comida.

Para ajudar a criança a superar seus medos a compreensão é fundamental. Dizer que é normal sentir medo e que todo mundo tem, até mesmo o papai e a mamãe tem os seus. E como sempre falo, o diálogo é muito importante para escolher estratégias para lidar com as situações de medo. Para isso é importante que fique atento para detectar o problema, as crianças, muitas vezes, têm medo de expor seus sentimentos, principalmente quando sentem medo, isso devido a muitas vezes os adultos rirem dela e acharem seu medo bobo, e assim sentem vergonha em se expor. Se estão apavoradas por dormirem sozinhas, inventam histórias e alegam que não estão com sono ou insistem em assistir à televisão até mais tarde, tudo para evitar a hora de deitar sozinhas.

Quando a criança é muito pequena, pode ser um pouco mais complicado reconhecer o que a assusta. E na maioria das vezes nem ela mesma consegue definir, muito menos conversar sobre. Nesse caso, tente eliminar as possibilidades e observar quando é que ela manifesta esses sentimentos. Por exemplo, se ela se nega a ir para a cama, crie cenários diferentes até descobrir qual o problema. Faça perguntas como: se deixarmos a luz acesa, tudo bem? E quando você dorme na casa da vovó? E se ficarmos aqui com você um pouquinho? Essas perguntas servem para ir entendendo o que está causando o medo.

Os pais precisam demonstrar segurança, embarcar na fantasia também pode ser uma opção. Por exemplo: tem um monstro no armário? Pegue seu filho pela mão, olhe o armário, mostre que não tem nenhum monstro e diga que, por precaução, vocês vão trancá-lo, assim nada poderá sair de lá. Use da própria imaginação da criança para amenizar o medo, como se fosse um antídoto.

Os medos mais comuns de cada idade:

- 0 aos 6 meses: as reações de medo são relacionadas a ruídos fortes ou perda de segurança, como quando choram e não são atendidos.

- 7 aos 12 meses: a criança pode começar a estranhar pessoas. Também surge o medo de altura.

- 1 ano: aparece o medo da separação, manifestado quando ela se distancia dos pais. Também pode aparecer o medo de se machucar.

- 2 anos: a criança teme ruídos fortes, como o de aspirador de pó, ambulância, trovão; continua o medo da separação dos pais; ela estranha crianças e situações desconhecidas, como ter de entrar numa sala escura (como um cinema ou teatro).

- 3 anos: surge o medo do escuro; continua o medo da separação dos pais; ela se assusta com máscaras ou rostos cobertos (palhaço, pessoas fantasiadas).

- 4 anos: a criança pode desenvolver medo de animais e de ruídos noturnos.

- 5 anos: surgem os medos de "pessoas más" (ladrão, Homem do Saco).

- 6 anos: a fase é dos medos fantásticos: fantasma, bruxa, Bicho Papão. Também costumam aparecer o medo de dormir sozinho e da morte.

Quando procurar ajuda?

- Quando o medo for intenso, gerando um grande sofrimento na criança; - Quando perceber que ela está perdendo contato social, não quer ir à escolar ou sair para brincar por causa dos medos; - Quando realizar as atividades cotidianas torna-se muito difícil devido ao medo; - Quando o medo estiver afetando os relacionamentos familiares; - Está prejudicando o desenvolvimento saudável.

É importante lembrar que cada criança é um ser individual e único, e que a linha que separa um medo natural de uma fobia permanente varia de criança para criança. O importante é observar mudanças bruscas de comportamento, problemas físicos recorrentes, mudança de humor ou desinteresse por atividades que anteriormente eram exercidas com prazer e até mesmo episódios de enurese, podem indicar que o temor passou dos limites. Nesses casos é importante a procura de um psicólogo para ajudar no enfrentamento do medo.

Luiza Graziela Santos Dias


Anuncie com Jornal Noroeste
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