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O medo nosso de cada dia


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 17/04/2023
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Quando nos referimos à noção de Medo, presente no título desta nova troca de ideias, viso colocar em discussão e exercício de reflexão, os fatos ocorridos aqui no Rio de Janeiro, quando pela rede social, ameaças de invasões a escolas públicas trouxe um sentimento de paralisia a toda população. Afinal, o medo paralisa, imobiliza, desestabiliza e subjuga. Também estabelece um ambiente de constante desconfiança para com um outro ou alguém diferente no modo de ser, que pode ameaçar-me. Desta forma, pode-se conviver com a constante sensação de medo em nosso quotidiano. 

Importante frisar, que mesmo quando as autoridades colocam-se em alerta ou criam propostas de segurança, para proteção dos ameaçados, a sensação de insegurança só aumenta, pois o sentimento de medo se alimenta e fortalece, além de permanecer cada vez mais presente. Principalmente quando o medo se manifesta enquanto um fluxo rápido e amplo de informações, falsas ou não, através do ambiente das redes virtuais. Todos são alertados sobre ameaças de violência. Consequentemente, de um modo ou de outro, todos são apanhados pela constante perspectiva de violência. Predomina assim o medo de sermos violentados ou que nossos entes queridos, sofram algum tipo de violência, em algum momento, em nosso quotidiano.  

Instala-se a incerteza, a partir da expectativa do medo, em relação ao quando ocorrerá, onde ocorrerá e contra quem será cometido, o ato de violência. Há uma forte geração de ansiedade referente ao medo de sermos atacados, nos transportes, no trabalho, nas escolas, em nosso lazer ou em nossas casas. Parece inclusive haver uma gestação desta ansiedade do medo. Por sinal, destaco a noção de Medo Líquido do sociólogo polonês Zigmunt Bauman; “O medo surge como um dos mais importantes elementos no mundo líquido-moderno, na qual novas configurações e práticas da vida quotidiana passam a ser geridas e alimentam a sensação de ansiedade”. Nada errado em termos medo. Tal característica faz parte de nossa natureza. O desafio é não nos tornarmos escravos e vítimas deste medo quotidiano e líquido.

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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