Saudações! Começo esta nova troca de ideias, colocando a seguinte questão: “Em tempos de feiura, presente tanto na fala quanto no visual, o corpo pode ir além do feio”. Preciso explicar a fonte que me instigou tal indagação: Assistindo a uma apresentação do Cirque Du Soleil pela televisão, fui apanhado pela bela expressão estética de corpos que vão além da matéria, do comum, do trivial. Que vão além da feiura, sem muita fala, sem vigor corporal exagerado, apenas com uma expressão harmônica e leve dos corpos que falam do belo e rejeitam o feio.

O corpo fala! Muito mais às vezes do que acreditamos e até percebemos. Porém, quanto ultrapassam o mero corporal comum e quotidiano, contaminado por vícios, exibicionismos, ilusionismo do belo tolo, pela violência das expressões e ações feias, os corpos expressam e constroem a beleza do sentir com o espírito estético do belo.

Obviamente que a expressão do belo corporal, não se limita a dança ou aos movimentos rítmicos corporais. Pode ser encontrado no sorriso acolhedor que ilumina todo um rosto. No movimento do abraço apertado de amor, acolhimento, carinho e perdão. No afago leve e gostoso da mão que sossega o corpo e principalmente o espírito do afagado, expulsando a feiura da angústia, da raiva, da tristeza, da solidão e do medo.

O corpo que vai além da feiura, abraça, afaga, cumprimenta, acolhe o outro corpo em um processo de troca de belos sentimentos, recusando expressar a feiura da violência, da ameaça ao outro, de agressão. O corpo que vai além da feiura, transmite vida e paz, repelindo a morte e a guerra que dilacera os corpos e espíritos.