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Necropolítica, racismo e violência do Estado


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 26/05/2025
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Iniciando esta nova matéria, apresento para os leitores e leitoras, o conceito de Necropolítica, construído pelo filósofo Camaronês, Achille Mbembe; que em termos diretos, se refere à política de Estado que escolhe quem deve viver e quem deve morrer.  Abordarei este tema, relacionando com as políticas de segurança pública e o racismo, presente em nossa sociedade.

Políticas de segurança pública que adotam ações de violência, contra determinados grupos que por sua vez, vivem em determinados lugares. Estou fazendo referência aqui aos moradores de periferia, maioria de etnia negra e vivendo nas favelas e ditas comunidades, espalhadas por nosso país. Aqui, não se pode negar um componente racial e social, que marca a maioria dos moradores, que são em grande densidade negros e pobres.

A necropolítica é uma política de Estado que exerce o poder de matar, a partir da noção de raça que embasa as práticas do racismo. Junta se então a política de morte com o racismo, observasse que a necropolitica tem um sua aplicação em locais e espaços ocupados por negros e subalternizados. Tal condição indica que a necropolitica possui alvos determinados.

Determinasse que a violência pública do Estado, atua em locais e contra grupos racialmente e socialmente determinados. Mbembe destaca que a Necropolitica atua sobre pessoas e grupos que são colocados em condição de exceção e estado de sítio. Indiscutivelmente, as comunidades periféricas, se encaixam perfeitamente neste quadro. Temos então o uso da força policial, enquanto uma máquina de extermínio dos considerados marginais, logo são inimigos merecedores de serem mortos.

Em muitas ocasiões, são mortos sem nenhum direito a viver. Neste aspecto, a maioria das vezes, as vítimas desta política de morte, são jovens negros das periferias, considerados inimigos em potencial e passíveis de serem eliminados.  Simbolizam grupos e pessoas marginalizadas, passíveis de poderem ser consideradas alvos da morte necropolitica, praticada pelas políticas de segurança pública do Estado.

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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