A Dificultosa atividade de refletir
Quero esclarecer ao iniciar essa nova exposição de ideias, que primeiro coloco aqui a noção de atividade enquanto uma prática comum a todos nós e não uma função específica ou especializada. Em segundo lugar, o refletir aprece com a conotação de ir além do mero pensar. Refiro-me inclusive à atividade de refletir de forma crítica sobre o que pensamos e consequentemente, também a respeito de nossas ações. Uma questão muito adequada pode ser formulada, por alguém que gentilmente participe desta reflexão que proponho: “Aonde este senhor pretende chegar?” Pois aí está! De fato, aonde nós humanidade, pretendemos ou aspiramos chegar? A pandemia nos traz esta questão. Por tal motivo, não basta apenas pensar o que fazer, mas sim em se refletir no que estamos fazendo conosco e como deixar de fazer ou fazer de um modo diferente? Em diferentes âmbitos do nosso cotidiano, temos atravessado ou talvez atravessados por fatos que requerem reflexão em nosso pensar e agir. Na política, interna e externa. Nas relações sociais. Nossa relação com o meio-ambiente. A questão da saúde e eventualmente a do trabalho. A educação que virá e queremos que fique. São muitas questões para refletir. Infelizmente, podemos observar que a dificuldade de reflexão em nossa atualidade torna-se muito intensa. As redes sociais nos fornecem muitas informações, mas que não temos tempo de refletir se são bons conhecimentos ou não. A intolerância em vários campos, dificulta o instante de reflexão e age-se sob a mera impulsão ou compulsão de ódio e negação do outro. Por essa razão usei o termo um tanto feio “dificultosa”, afinal refletir requer um tempo para si mesmo. Conhecendo-nos a nós mesmos. Em nossa contemporaneidade da indústria cultural, da tecnificação, planificação, consumo e produção, tal atividade é percebida como um luxo, coisa de maluco ou de alguém que não tem nenhum tipo de ocupação. Estes são por sinal, julgamentos feitos sem qualquer tipo de reflexão.