Quando nos referirmos à noção de Democracia, comumente pensamos o consenso vulgar como sua base de atividade. Sem dúvida, o consenso é uma condição necessária e importante para a atividade democrática, mas não é sua condição suficiente e mais dinâmica. Os antagonismos de posições e pluralidade de ideias, permite o enriquecimento e a saúde da esfera pública para o debate e a busca e o resultado do mínimo de consenso. Muito ao contrário, o consenso pela mera situação de se fechar o espaço aos antagonismos, torna-se muito perigoso, pois cala as vozes que divergem.

Do mesmo modo, os falsos antagonismos, também representam um perigo para a estabilidade democrática, pois além de causar perturbações na esfera pública, abre a porta para as posições extremistas e violentas. Implanta um maniqueísmo moralista que em nada contribui para o bom debate. Desvia muitas vezes o foco mais importante a ser abordado por partes antagônicas, transformando-se meramente em um palco grotesco de ataques e disputas sem sentido. Estes falsos antagonismos são desgastantes para a via democrática. Impedem a circulação de diversidade de pontos de vistas e ideias contrárias, como temos observado em nosso momento político e que se encontra as vésperas das eleições. As polêmicas sem sentido são as estratégias utilizadas, aparentemente para produção de um caos político, visando desestabilizar e desacreditar todo o processo. Assim sendo, deve-se tomar toda a cautela para que os cidadãos, não sejam apanhados por estes falsos antagonismos que alimentam intolerância e truculência, desviando-se do principal: tornar mais saudável e praticável uma verdadeira ação cidadã e democrática.