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Uma antiga promessa


Por: Fernando Razente
Data: 21/06/2022
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Romanos 1.2(a): “[...] o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras…”

Na semana passada, vimos a respeito da origem do evangelho (Rm 1.1g) como a primeira característica da mensagem que Paulo pregava. Agora, veremos Paulo mostrando a segunda característica do evangelho: que ele consiste numa promessa antiga de Deus! 

O evangelho que Paulo pregava não se trata de uma novidade doutrinária inventada pela “seita dos nazarenos”, como assim eram conhecidos os primeiros cristãos. Antes, o evangelho que ele prega foi, em outros tempos (no passado), prometido por Deus: “o qual foi por Deus, outrora prometido”. 

Prometido por meio de que? Paulo diz: “...por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras…” Paulo declara que o evangelho é uma antiga promessa de Deus, anunciada através de profetas e que essa promessa foi feita escrita nas Sagradas Escrituras. 

De fato, se lermos com cuidado, em toda a Bíblia veterotestamentária, começando por Gênesis até Malaquias, poderemos observar o evangelho sendo prometido de maneira progressiva. 

Em Gênesis temos o proto evangelho, quando Deus promete que um descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente. Essa promessa recebe mais detalhes em Abraão, pois o prometido seria da descendência abraâmica e abençoaria todas as famílias da terra. 

Em seguida, mais detalhes quando Deus dá a lei ao povo de Israel e nela descreve o procedimento a ser seguido para os sacrifícios, no qual há a promessa de perdão definitivo de todos os pecados que estava por vir.

Em Isaías, mais detalhes: esse descendente seria um servo que sofreria pelos pecados do povo. Em Ezequiel, uma nova aliança seria feita e em Joel o Espírito seria derramado por meio dele. 

Em resumo, o evangelho que Paulo prega foi concebido por Deus na eternidade, anunciado na aliança, prefigurado nos sacrifícios judaicos, prometido pelos profetas e plenamente cumprido na vinda do Senhor Jesus Cristo! 

Como sintetizou o teólogo Vern S. Poythress, “A obra de Cristo na terra, e especialmente sua crucificação e ressurreição, é o clímax da história; é o grande centro no qual Deus consuma a salvação para a qual toda a história do AT se direciona, cumprindo as promessas feitas através do Antigo Testamento.” (POYTHRESS, A História da Salvação no Antigo Testamento, p. 5-6.).

Dados os boatos de que Paulo pregava contra Moisés e o Judaísmo, podemos deduzir que possivelmente Paulo esteja aqui nesta primeira parte do versículo 2 querendo se dirigir especificamente aos judeus convertidos a Cristo que congregavam na igreja de Roma. Para quê? 

Sua intenção parece ser mostrar que diferente dos boatos, ele não pregava contra Moisés ou contra a Lei, mas mostrava que Cristo é o cumprimento exato e perfeito, tanto das profecias quanto da lei de Moisés. 

Na linha de raciocínio de Paulo, “[...] as boas-novas de salvação pela fé não constituem inovação e que o cristianismo não é uma contradição do judaísmo; antes, porém, é o cumprimento, a consumação, o clímax dessa dispensação." (LOPES, 2010. p. 41).

Se Deus quiser, na próxima semana veremos mais a respeito da mensagem que Paulo pregava. Até a próxima!

Fernando Razente

Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.


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