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Um acento muda tudo!


Por: Alessandra Macon
Data: 22/05/2020
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É, eles têm razão! Acentuar as palavras pode ser algo muito importante para uns ou inúteis para outros. O fato é que, dependendo da palavra, pode haver confusão.

A acentuação das palavras é comum em idiomas de origem latina, como o português e o espanhol. Existem idiomas que vivem muito bem sem os acentos, como é o caso do inglês. Já outros, como o francês, chegam a usar dois acentos numa mesma palavra - élève (aluno).

Os acentos têm origem grega e surgiram com a mesma finalidade que tem hoje: são usados para indicar a sílaba tônica, ou seja, a sílaba dita com maior entonação em uma palavra.

Um acento em uma sílaba muda a forma como a palavra é pronunciada. No português, os acentos gráficos usados são o agudo (á), o til (ã), a crase (à) e o circunflexo (â). O uso desses acentos modifica a forma como as palavras são ditas, como é o caso de secretaria e secretária ou bebe e bebê, por exemplo.

Há quem diga que acentuação de palavras é algo chato ou desnecessário (sim, já ouvi muito isso!). No entanto, ao observarmos os exemplos, vemos que, além da forma escrita e da pronúncia, outra mudança que ocorre é no sentido que a palavra tem. O acento modifica o significado da palavra a ponto de mudar todo o sentido de uma frase.

Ao receber a seguinte mensagem: "meu maiô está pequeno", imagino que alguém terá que comprar um maiô maior. Já, se recebo a mensagem "meu maio está pequeno", imagino que alguém tenha muitos compromissos esse mês.  "Eu gosto de Roma" (apesar de nunca ter ido) é muito diferente de "eu gosto de romã” ou "ela cheira a rosa" é muito diferente de "ela cheira à rosa".

As palavras acentuadas de forma errada podem trazer um sentido diferente do que o esperado, pois o significado muda e perde o sentido dentro daquele contexto. São palavras que, a princípio, parecem iguais, mas têm uma entonação diferente ao ser pronunciada.

Todos aqueles que falam o português sabem a diferença entre maio e maiô, por exemplo, pois dominamos nosso idioma e o compreendemos muito bem na fala, mas a falta do acento, na escrita, pode dificultar o entendimento de quem lê.

Assim como no grego, no português a preocupação com uso dos acentos não é necessário na fala (já que dominamos nossa língua e sabemos usar as entonações para diferenciar as palavras). Mas, na escrita, o uso dos acentos é necessário para que aquilo que é escrito seja bem compreendido por quem lê.

Alguns estudiosos ainda afirmam que os acentos surgiram, e ainda existem, para que estrangeiros possam aprender o idioma, tendo os acentos como forma de auxiliar na pronúncia. Você concorda com isso? 

 

Curiosidade: o trema é um acento que não pertence mais à língua portuguesa. Antes do novo acordo ortográfico, em 2009, palavras como linguiça e pinguim eram acentuadas com o trema (lingüiça e pingüim) e agora só restou a pronúncia, pois o acento foi abolido do nosso idioma. 

Alessandra Macon


Anuncie com Jornal Noroeste
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