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Trombose, antes mais incidente nos idosos, também tem feito vítimas entre os jovens


Por: Dr. Juarez de Oliveira
Data: 05/05/2025
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Por Dr. Juarez de Oliveira – Médico E.S.F.

Doença que obstrui os vasos sanguíneos, a trombose ocorre quando se forma um coágulo de sangue (trombo) em uma veia ou artéria, o que pode bloquear o fluxo sanguíneo, impedindo a circulação e o transporte de oxigênio, água, nutrientes, hormônios, células de defesa (leucócitos) e moléculas envolvidas na coagulação para nutrir os tecidos. Além disso, impede a eliminação de resíduos metabólicos. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, cerca de 180 mil brasileiros são diagnosticados com trombose a cada ano.

A doença pode atingir tanto artérias quanto veias. A trombose arterial normalmente é precedida de aterosclerose (placa de gordura que se acumula na artéria, estreitando-a e endurecendo-a). Como exemplo de trombose arterial, temos:

  • Trombose da artéria carótida, que pode causar derrame cerebral;
  • Trombose da artéria coronária, que pode causar infarto do miocárdio;
  • Trombose das artérias das pernas, que pode levar à amputação e comumente se desenvolve em fumantes crônicos.

As tromboses venosas também têm grande importância clínica. É o caso da trombose das veias das pernas, que pode causar embolia pulmonar. Vale destacar que a trombose em veias profundas das pernas é bastante comum em pessoas que realizam viagens longas, com muitas horas de duração, de avião, ônibus ou carro. A trombose venosa também é comum em ambiente hospitalar, especialmente após cirurgias ortopédicas, oncológicas ou ginecológicas. A imobilidade do paciente favorece a formação de coágulos, que podem se desprender e migrar para os pulmões, ocasionando uma embolia pulmonar — um quadro grave.

Possíveis causas e fatores de risco da trombose:

  • Uso de anticoncepcional ou tratamento hormonal;
  • Tabagismo;
  • Permanecer muito tempo sentado ou deitado;
  • Hereditariedade;
  • Gravidez;
  • Lipídios elevados;
  • Presença de varizes;
  • Flebite (inflamação de uma veia superficial), que pode evoluir para trombose;
  • Obesidade;
  • Imobilidade prolongada (pós-cirurgia, viagens longas, fraturas, acamados);
  • Insuficiência cardíaca;
  • Tumores;
  • Distúrbios na coagulação do sangue;
  • História familiar de trombose;
  • Alterações na parede vascular.

Sintomas da trombose:

  • Edema na área em que se formou o coágulo;
  • Dor ou desconforto na área afetada;
  • Vermelhidão e calor na região afetada;
  • Alteração da cor da pele;
  • Rigidez da musculatura na região do trombo;
  • Em casos graves, pode haver falta de ar, dor no peito e aceleração dos batimentos cardíacos, indicando uma possível complicação: a embolia pulmonar.

Foto 01: (Divulgação) Trombose deixa de ser exclusividade dos idosos e acende alerta com aumento de casos entre jovens

Diagnóstico
Geralmente, o diagnóstico inicial é clínico, baseado nas informações do paciente. Outros exames que podem confirmar o diagnóstico incluem:

1.   Eco Colorido Doppler dos vasos possivelmente comprometidos;

2.   Ultrassonografia;

3.   Venografia;

4.   Tomografia e Ressonância magnética;

5.   Exame de sangue.

Tratamento da Trombose

Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento da trombose tem três objetivos principais:

1.   Impedir o crescimento do coágulo;

2.   Evitar que o coágulo se desloque para órgãos vitais, como pulmões e cérebro;

3.   Reduzir o risco de novos coágulos.

É uma doença que tem cura, desde que haja precaução com as complicações. Portanto, não demore a procurar a UBS ou seu médico.

Medidas Preventivas

Não se esqueça de beber bastante água, praticar exercícios físicos regularmente, manter as pernas elevadas, adotar uma dieta balanceada, evitar o tabagismo e o consumo de álcool, além de controlar doenças como hipertensão e diabetes. Em viagens longas, caminhe um pouco dentro do avião ou ônibus, ou pare o carro para se movimentar. Use meias de compressão e realize exercícios simples, como mexer os pés e flexionar joelhos e coxas.

Uma boa dica é utilizar, antes e depois de viagens longas, um comprimido de Rivaroxabana 10 mg (como o Xarelto, por exemplo), para prevenir a formação de coágulos. Demais orientações devem ser dadas na UBS ou pelo seu médico.

O risco em mulheres também é elevado, devido à exposição a fatores hormonais, uso de anticoncepcionais e gestações.

A Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular tem alertado a classe médica sobre o crescimento de casos de trombose em jovens. Os motivos seriam a predisposição genética, obesidade, tabagismo (cigarros ou vapes), sedentarismo, uso de anticoncepcionais, gravidez precoce, doenças autoimunes, imobilidade prolongada, varizes, doenças cardíacas, longas viagens, cirurgias e hospitalizações.

Dr. Juarez de Oliveira


Anuncie com Jornal Noroeste
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