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Sétima Arte - X-Men: Fênix Negra


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 07/06/2019
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O cinema, essa semana, apresenta o capítulo final da longeva franquia X-Men, que após dezenove anos de altos e baixos, de grandes momentos e grandes decepções, chega ao seu fim devido a venda da Fox para a todo-poderosa Disney. O futuro dos mutantes daqui para a frente é incerto, mas, ao que tudo indica, não será definitivo. Sobre X-Men: Fênix Negra você fica muito bem informado na Coluna Sétima Arte.

X-Men: Fênix Negra tenta levar novamente para o cinema a história da saga mais famosa e relevante das revistas em quadrinhos dos X-Men. Digo “levar novamente”, porque em X-Men 3: O Confronto Final, de 2006, tentou isso anteriormente e foi um verdadeiro fracasso, quase colocando fim a rentável franquia dos mutantes. Coube ao experiente diretor Matthew Vaughn ressuscitar a franquia por meio de um reboot incrível, que restaurou o frescor da história e abriu novas possibilidades com seu X-Men: Primeira Classe, de 2011.

Após isso, o que vimos foi uma tentativa de voltar ao passado, isso porque depois do sucesso estrondoso de X-Men: Primeira Classe, os estúdios resolveram colocar o projeto novamente nas mãos do diretor Bryan Singer, que até então era considerado “mestre mutante” pelo fato de ter levado pela primeira vez, em 2000, a história dos X-Men para o cinema. Qual o problema disso? A resposta está num personagem, Wolverine. Adepto escancarado do herói, Singer é conhecido pelo seu Wolverinecentrismo e acabou matando todo ar de novidade que havia sido introduzido por Vaughn. Desse forma, ele apresentou seu X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido, que era muito bom e agradou fãs e crítica, mas que já trazia o gosto amargo de “mais do mesmo”. Depois veio X-Men: Apocalipse e seus problemas, que iam desde a construção de um vilão completamente incoerente ao seu original dos quadrinhos, até a personagens chaves completamente subutilizados na trama.

Diante das críticas, das denúncias de assédio e de seus novos projetos, Bryan Singer deixou a franquia de X-Men e, para fechar definitivamente essa longa história, os estúdios Fox escolheram alguém que estava bem familiarizado com a história e os personagens, Simon Kinberg. Ele já havia roteirizado as sagas dos mutantes para o cinema anteriormente e conhecia bem o que devia fazer, pena que lhe faltava experiência para estar à frente de um projeto tão grande e isso está estampado em X-Men: Fênix Negra.

O medo de encerrar a franquia com um grande fracasso fez com que ele apresentasse ao público um filme frio, sem personalidade e bastante técnico. O que no final das contas nem é ruim, pois todos esperavam um grande fracasso, principalmente após inúmeras cenas que precisaram ser regravadas, inclusive o desfecho. Considerando isso, o filme ainda é aceitável, mas nem por isso está isento de críticas aos defeitos claros que apresenta.

Listarei alguns dos mais gritantes desses defeitos. Primeiro, não há evolução nos personagens, de forma que alguns até traem suas características mais comuns e marcantes, como é o caso de Charles Xavier, que, por mais que James McAvoy seja competente, ele parece ter sido abduzido, já que demonstra ações mesquinhas e individualistas, bem diferentes daquelas com as quais estamos acostumados. Segundo, o personagem central e que dá título à história foi mal construído e, bem por isso, é incapaz de gerar empatia no público. Sophie Turner não teve tempo de desenvolver sua Jean Grey no último capítulo da franquia e portanto, não gera o conflito emocional tão necessário para que sua Fênix Negra seja impactante nos expectadores, dessa forma, boa parte da dramaticidade da história se perde pelo caminho. Terceiro e último ponto -  eu poderia listar mais, mas acredito que os demais você vai descobrir por si só -, personagens subutilizados, o filme tem muitos, posso citar Mercúrio, Tempestade e outros, mas o mais gritante é a vilã interpretada por Jessica Chastain, chega a ser um pecado ver uma atriz da qualidade dela ser tratada dessa forma, falta motivação, falta ódio e personalidade, infelizmente.

Os problemas citados acima não são de ordem de direção, ou de competência profissional dos atores, mas sim de roteiro. O roteiro de X-Men: Fênix Negra é falho, incoerente em muitos aspectos e quase preguiçoso. Culpa de quem? Do diretor. É isso mesmo! O roteirista do longa é também seu diretor Simon Kinberg. Se como diretor ele não inova e faz um trabalho seguro, como roteirista ele se apresentou, nesse filme, como um completo fracasso. Ele acerta em alguns momentos, como no início da trama, na sequência do ônibus espacial, mas no resto não entrega o clímax que se espera de um grande desfecho e por isso apresenta um filme muito aquém do que se esperava. Vamos à trama!  

O ano é 1992 e os X-Men são (pasmem) considerados heróis nacionais e o professor Charles Xavier agora dispõe de contato direto com o presidente dos Estados Unidos. Quando uma missão espacial enfrenta problemas, o governo convoca os X-Men para ajudá-lo. Liderados por Mística (gostava mais quando ela era vilã), os X-Men partem rumo ao espaço. Ao tentar resgatar o comandante da missão, Jean Grey fica presa no ônibus espacial e é atingida por uma poderosa força cósmica, que acaba absorvida em seu corpo. Após ser resgatada e retornar à Terra, aos poucos ela percebe que há algo bem estranho dentro de si, o que desperta lembranças de um passado sombrio e, também, o interesse de um grupo de alienígenas. 

Por que ver esse filme? Se você é fã dos X-Men e ama essa franquia, deve ir vê-lo, afinal, não é todo dia que uma franquia como essa chega ao fim. Caso você não seja fã dos mutantes, deve vê-lo porque ele, mesmo com todos os seus defeitos, ainda é uma boa diversão. Eu o classificaria como filme de domingo à tarde, aquele tipo de filme que você assiste para passar o tempo. Não é tão bom quanto poderia ser, mas não é tão ruim para ser ignorado. Um final agridoce para a trajetória de quase vinte anos de uma franquia cinematográfica tão promissora. Boa Sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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