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Sétima Arte - Vingadores: Ultimato


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 26/04/2019
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Antes de mais nada, um aviso: esse texto NÃO possuí spoilers (esse termo, muito comum atualmente, é uma gíria que se refere a quando alguém revela informações sobre alguma parte de uma obra de ficção, como um livro ou filme, sem que a outra pessoa tenha visto antes). Portanto, leia sem medo!

O início do século XXI no cinema, decididamente, pertence aos super-heróis e tudo isso é culpa e mérito dos estúdios Marvel. Chegou ontem ao cinema o mais aguardado de todos os filmes de heróis até então já lançados, Vingadores: Ultimato. Envolto em mistérios e incertezas ele tem sido anunciado e esperado como o evento cinematográfico da década. É sobre ele que a Coluna Sétima Arte dessa semana é dedicada.

O início do Universo Cinematográfico da Marvel parece estar há anos luz de distância, foi lá em 2008, com um empolgante Homem de Ferro, mas naquela época ninguém sabia muito bem o que esperar e todo mundo achava que seria algo no estilo da franquia X-Men, dos estúdios Fox. O tempo passou e os sequenciais filmes apresentando novos heróis e costurando uma grande trama começaram a vir em levas e foi assim por mais de uma década. Sabe o tempo e o dinheiro investidos com cinema nos filmes da Marvel que você gastou ao longo desses últimos onze anos? Vingadores: Ultimato faz com que você tenha a sensação de que eles foram gastos da melhor forma possível, valendo cada centavo!

Porque, diferente do que foi feito ao longo do tempo, dessa vez nada foi revelado nos teasers e trailers promocionais. Dessa forma o público em geral não sabe o que esperar do filme em questão. Esse mistério não é apenas uma jogada de marketing, mas algo essencial para que Vingadores: Ultimato tenha o efeito desejado na vida do fã ansioso. Por isso, já adianto de antemão, se você ver o filme antes dos seus amigos ou familiares, não dê spoilers e não faça postagens de spoilers em suas redes sociais. Seja solidário com quem ainda não viu o filme. Isso é tão importante que a própria Marvel tem feito uma campanha nesse sentido. Sendo assim, fica a dica: fã que é fã não dá spoiler.  

Sobre o filme é preciso considerar que finalmente o termo “vingadores” faz um real sentido, pois tudo o que move os heróis que não foram destruídos pelo estalar de dedos de Thanos é a sede de vingança. Como esperado, os resultados desse estalar de dedos não foram apenas desastrosos, foram traumáticos de diferentes formas para cada um deles. O mundo após o acontecimento fatídico parece ter mergulhado numa profunda melancolia, a fome não acabou, as guerras não cessaram e a desigualdade ainda reina em um Universo que teve sua população reduzida à metade. 

Tecnicamente essa trama tem muito a contar e emocionar, os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely, conseguiram construir uma história que não apenas entretém, mas também apresenta dramaticidade, descontração e ação em dosagens que fazem com que o expectador tenha uma série de sensações simultâneas, despertando raiva, dor e graça de forma única e sequencial. Além disso, histórias particulares construídas ao longo de uma década encontram ao longo dos acontecimentos seus desfechos dignos e dão ao filme um peso muito maior do que a maioria esperava.

A direção dos Irmão Russo é cirúrgica e sabe muito bem fazer referências e valorizar tudo que já foi produzido e mostrado dentro do Universo Cinematográfico da Marvel. Os três atos construídos por eles para a composição do longa atendem tão bem as suas funções que fazem com que as três horas de duração pareçam minutos. As batalhas épicas são maiores e mais empolgantes do que a de Wakanda ou a de Titan mostradas em Vingadores: Guerra Infinita. A utilização de CG é tão bem feita que quase parece imperceptível e o produto final é tudo aquilo que o público merece e muito mais. Eu chegaria a me atrever a dizer que a Marvel junto com os Irmão Russo deram, com esse filme, um novo sentido ao termo fan-service (ideias que o autor, roteirista, ou diretor criam em suas obras para agradar e atrair mais fãs).

O elenco mostra um amadurecimento fora do comum, principalmente o trio central Chris Evans, Robert Downey Jr e Chris Hemsworth. O primeiro deixou de ser apenas um rosto bonito para entrar ao panteão de atores como um dos mais expressivos de sua categoria, mesmo atuando apenas no gênero herói. O segundo passou de ator problema do final dos anos 2000 para um dos mais experientes atores dos últimos anos, dando rosto e expressão ao Universo Cinematográfico da Marvel. O terceiro deixou de ser um ator de qualidade questionável para ser alguém versado tanto no drama, quanto na comédia, apresentando intensidade e paixão nas duas formas de atuar. Soma-se a eles um elenco de estrelas de igual ou maior grandeza, todos com funções específicas na trama e atuações memoráveis. São eles Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Don Cheadle, Danai Gurira, Bradley Cooper, Karen Gillan, Gwyneth Paltrow e a mais nova aquisição do Universo Cinematográfico da Marvel, a premiada Brie Larson, no papel da poderosa Capitã Marvel.

Além disso, se é referências o que o público quer, tem para todos, tanto os fãs antigos, quanto os novos. Para aqueles que amam os quadrinhos, para os que descobriram a Marvel apenas no cinema e também para aqueles que apoiaram as histórias veiculadas nas séries de TV, tudo para agradar aos fãs e para fechar com chave de ouro esse primeiro grande arco do Universo da Marvel nos cinemas. Digo primeiro, porque ao que tudo indica muitos outros virão trazendo mais novidades e novos heróis, mas só poderemos vislumbrar essas novidades quando estrear Homem-Aranha: Longe de Casa, provavelmente em julho. Vamos à trama!

Após Thanos eliminar metade das criaturas vivas, os Vingadores precisam lidar com a dor da perda de amigos e seus entes queridos. Com Tony Stark (Robert Downey Jr.) vagando perdido no espaço sem água nem comida, Steve Rogers (Chris Evans) e Natasha Romanov (Scarlett Johansson) precisam liderar a resistência contra o titã louco.

Por que ver esse filme? Simplesmente porque ele é estrondoso e uma experiência única para se ter no cinema. Independentemente de ser fã ou não da Marvel ele deve ser visto pelo simples fato de ser um filme histórico como há muito não se via no cinema (a última vez que fomos contemplados com um encerramento de história tão grandioso foi em O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei, em 2003). Vingadores: Ultimato representa o ápice do gênero herói para o cinema, levando ao público uma mescla sem igual de drama e diversão e emocionando aos expectadores de forma ímpar. Procure comprar os ingressos com antecedência, porque nesse momento a maioria das sessões já estão esgotadas. Um último aviso, diferente dos demais filmes esse não tem as tradicionais cenas pós créditos. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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