Pioneirismo: o alicerce da construção de uma cidade...
Estamos prestes a comemorar mais um aniversário de Nova Esperança. O município, que cresceu, primeiramente graças à Deus e também à força e o trabalho de sua gente. Os milhares de pioneiros que aqui chegaram oriundos de diversas regiões do País, principalmente do Estado de São Paulo e imigrantes em busca de se estabelecer e fazer riqueza, talvez não tivesse naquele momento a percepção exata da expansão dos limites geográficos bem como a configuração de município polo de sua região que a atual Nova Esperança se tornaria. O nome, inclusive, bastante sugestivo, dava a exata dimensão, até profeticamente, de dias melhores e de esperanças novas, que a partir de então se desenhavam, embora o panorama não fosse muito favorável.
Muito Trabalho. Muita luta. Muita garra e acima de tudo fé e esperança. Molas propulsoras do povo que aqui chegava...
Incomensurável se torna imaginar a luta desses trabalhadores. Suas dificuldades e privações. Um verdadeiro trabalho de vanguarda e abertura dos sertões. As matas virgens, intocadas pela mão do homem tiveram que ser abertas. As imensas árvores, em grande parte perobas onde cerca de 10 homens eram necessários para dar a volta, abraçados em seus troncos. A colonização acontecia rapidamente. A aceleração foi tamanha e a importância política e estratégica avultava com os anos e evidenciava-se com o crescimento populacional, rapido e ordenado. O lugarejo, denominado Capelinha, nome dado pelos funcionários da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, empresa de topografia que abriu a maioria das cidades do Paraná, deu-se por conta de uma quase que lendária história de que havia uma pequenina capela às margens do Ribeirão Biguá. Contruída esta Capelinha pelos próprios funcionários da Companhia. Ali naquele lugar, em 1946 a Companhia iniciou então o novo patrimônio. Como havia uma cidade com o mesmo nome no Estado da Bahia, convencionou-se então colocar seu nome de Nova Esperança. A região já era ha anos ponto de passagem de tropeiros que vinham de São Paulo e Mato Grosso em direção aos Campos de Guarapuava e Palmas. Era praticamente a a primeira penetração nestas cercanias. Capelinha desenvolvia rapidamente sendo então elevada a categoria de município.
A Lei Estadual nº 790 que criou o município de Nova Esperança é de 14 de novembro de 1951, porém a instalação oficial aconteceu apenas em 14 de dezembro de 1952 quando a cidade foi desmembrada de Mandaguari. Hoje talvez tenhamos dificuldades em dimensionar a importância da participação destes tropeiros e pioneiros na história da cidade. Mas como oportunamente diz a expressão popular “é de se tirar o chapéu”, pois desbravaram as fronteiras e abriram os espaços para a criação do município e povoamento rápido de toda a região. Esses homens de negócios, com visão apurada, rapidamente foram se instalando e expandindo a plantação para “fazer dinheiro”. Começavam as extensas plantações de café, chamado “Ouro-verde”. Em 1975 o café seria dizimado e logo após a implantação da Sericicultura (Criação do Bicho da Seda). Hoje o município experimenta a diversificação agrícola e empregos na indústria e comércio.
Neste momento de reflexão e resgate histórico ficam as homenagens às famílias que atravessaram rios, enfrentaram doenças, passaram por trilhas, enfrentaram animais selvagens , mas sem perder o foco do ideal estabelecido. A todos as nossas homenagens...
Alex Fernandes França é Administrador de Empresas, Teólogo e acadêmico do curso de História. Também é membro da Associação dos Cronistas do Estado do Paraná e Diretor do Jornal Noroeste.