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Compartilhamento insensível de imagens de acidentes: o sofrimento dos familiares e amigos


Por: Alex Fernandes França
Data: 13/07/2023
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Na semana que passou nossa família viveu momentos tristes com o falecimento prematuro e de forma trágica de um ente querido. E a dor continua...

 Fomos surpreendidos com diversas manifestações de amor, empatia e solidariedade, porém nos deparamos com o compartilhamento em massa das imagens que vitimaram nosso familiar. Esse “prazer” exacerbado em compartilhar o trágico, sem se importar com a dor alheia, é reflexo de uma sociedade decadente, doente e egoísta.

Nos últimos anos, o uso crescente das redes sociais tem trazido inúmeros benefícios para a sociedade, permitindo que as pessoas compartilhem suas experiências e conectem-se com outros indivíduos em todo o mundo. No entanto, essa facilidade de comunicação também trouxe consigo uma preocupante tendência: o compartilhamento irresponsável de imagens de acidentes, trágicos e perturbadores, que afetam profundamente os familiares e amigos das vítimas. A coluna Em Foco desta semana traz luz sobre essa prática e discute os danos emocionais que ela pode causar.

O compartilhamento de imagens de acidentes em redes sociais é, sem dúvida, uma forma de violência emocional contra aqueles que, como nós, estão sofrendo a perda de um ente querido. Quando uma tragédia ocorre, a família e os amigos da vítima passam por um período de luto e choque, tentando lidar com a dor e o impacto emocional da perda. Nesse momento delicado, deparam-se com a crueldade de encontrar imagens chocantes do acidente sendo compartilhadas indiscriminadamente por desconhecidos.

Os efeitos devastadores desse compartilhamento irresponsável não podem ser subestimados. Ao expor as imagens do acidente, os responsáveis não apenas violam a privacidade da vítima, mas também causam um sofrimento adicional aos que estão de luto. Essas imagens indesejadas revivem o trauma, amplificam o sofrimento e tornam a recuperação emocional ainda mais difícil.

O compartilhamento das imagens levanta questões éticas fundamentais sobre o uso adequado das mídias sociais. É importante lembrar que, por trás dessas imagens impactantes, existem histórias humanas reais, famílias enlutadas e indivíduos cujas vidas foram devastadas. O respeito à privacidade e ao sofrimento alheio deve prevalecer sobre a tentação de obter curtidas e compartilhamentos.

As plataformas digitais também tem responsabilidade significativa nesse cenário. Embora algumas medidas tenham sido adotadas para restringir a disseminação de conteúdo violento, mais pode e deve ser feito. É fundamental que as redes sociais implementem políticas mais rigorosas para coibir a publicação e o compartilhamento de imagens de acidentes trágicos, garantindo assim um ambiente mais seguro e compassivo para todos os usuários.

Diante dessa realidade preocupante, é essencial que a sociedade como um todo desenvolva uma cultura de empatia e compaixão online. Devemos reconhecer que as redes sociais não são apenas um espaço virtual, mas também refletem as interações humanas e as consequências emocionais que podem resultar delas. Cada um de nós tem o dever de agir com responsabilidade e consideração, evitando compartilhar ou visualizar imagens violentas que possam causar danos irreparáveis às pessoas afetadas.

É essencial que tanto os usuários quanto as plataformas de mídia social assumam a responsabilidade de criar um ambiente online mais compassivo e respeitoso. Ao exercer a empatia e compaixão, podemos evitar a disseminação de conteúdo prejudicial e, assim, preservar a dignidade e o bem-estar dos que estão enfrentando momentos de luto.

“Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na hora da angústia” – Salmos 46.1

·       Alex Fernandes França é Administrador de Empresas, Teólogo, Historiador e Mestrando em Ensino pelo PPIFOR – UNESPAR

Alex Fernandes França


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