Perspectivas para 2025: desafios e oportunidades para os novos gestores públicos
Com o encerramento do ciclo eleitoral de 2024, o início de 2025 marca uma nova etapa para prefeitos e vereadores eleitos, que assumem seus mandatos em um contexto de expectativas e desafios. Entre os eleitos, encontramos aqueles que iniciam sua trajetória no executivo ou legislativo e outros que renovam o compromisso para um segundo mandato. Ambos os grupos enfrentam questões essenciais que demandam estratégias distintas, mas igualmente desafiadoras.
Para os prefeitos e vereadores reeleitos, a continuidade do mandato traz a necessidade de consolidar os avanços obtidos na gestão anterior (2021-2024), enquanto corrigem eventuais falhas e se adaptam a novas demandas. O desafio, como afirmava Max Weber em sua análise sobre a ética da responsabilidade, é equilibrar as expectativas dos cidadãos com as limitações inerentes à gestão pública. Não se trata apenas de repetir acertos, mas de inovar, aprimorar e oferecer à população soluções que reflitam as demandas do presente.
Por outro lado, os gestores de primeiro mandato encaram um aprendizado acelerado. A dinâmica da gestão pública e da atuação parlamentar exige compreensão das engrenagens burocráticas, articulação política e capacidade de liderança. Para estes, a “sabedoria prática” descrita por Aristóteles no conceito de “phronesis” se torna fundamental, pois combina conhecimento técnico com a capacidade de tomar decisões eficazes e éticas em situações concretas.
Ademais, há aqueles candidatos eleitos com apoio direto de seus antecessores, que enfrentam o desafio de imprimir uma marca própria sem romper com os feitos de gestões anteriores. A gestão pública não deve ser pautada por paralelismos que promovam rupturas desnecessárias, mas sim por uma linearidade que priorize o interesse coletivo. Pierre Bourdieu, ao refletir sobre o campo político, destaca que as relações de poder e influência não são unilaterais, e sim dinâmicas, exigindo dos novos gestores um equilíbrio entre continuidade e inovação.
Os primeiros meses de mandato serão fundamentais para a implementação de um plano de governo alinhado às necessidades locais e às metas de desenvolvimento urbano, social e econômico, conforme o já registrado na Justiça Eleitoral por ocasião das campanhas partidárias. Neste sentido, o planejamento estratégico é indispensável. Henry Mintzberg enfatiza que uma boa liderança não apenas planeja, mas também se adapta ao inesperado, utilizando as crises como oportunidades para avanços.
Outro aspecto a ser observado é a relação entre o poder executivo e legislativo. Uma parceria harmônica é essencial para a aprovação de projetos que impactem positivamente a comunidade. A cooperação entre prefeitos e câmaras de vereadores não deve ser pautada por conveniências políticas, mas pela responsabilidade com a população, como discute Hannah Arendt ao abordar a importância da ética no exercício do poder.
Por fim, é fundamental que todos os gestores tenham em mente que as demandas sociais estão em constante transformação. As lições da pandemia de COVID-19 e da crise econômica global reforçam a importância de uma administração resiliente, transparente e participativa.
Assim, 2025 se configura como um ano de transição e potencial. Aos novos prefeitos e vereadores, cabe o compromisso de exercer o mandato com responsabilidade, criatividade e foco no bem comum, perpetuando um ciclo virtuoso de desenvolvimento e justiça social.
Referências bibliográficas:
· ARENDT, Hannah. “Entre o passado e o futuro”. São Paulo: Perspectiva, 2009.
· BOURDIEU, Pierre. “O poder simbólico”. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.
· MINTZBERG, Henry. “O processo da estratégia”. Porto Alegre: Bookman, 2006.
· WEBER, Max. “Ciência e política: duas vocações”. São Paulo: Cultrix, 1993.
· Alex Fernandes França é Administrador de Empresas, Teólogo, Historiador e Mestrando em Ensino pelo PPIFOR – UNESPAR