O último fim de semana ficará marcado na história de Santa Fé e de toda a região Noroeste. A tempestade que atingiu o município no sábado (1º) deixou rastros de destruição, abalou famílias e interrompeu a rotina de uma comunidade conhecida por sua tranquilidade e união. Árvores arrancadas, casas destelhadas, comércios devastados e a escuridão provocada pela queda da rede elétrica formaram um cenário que parecia inacreditável. Mas, no meio desse caos, o que mais se destacou foi algo que vento nenhum é capaz de levar: a solidariedade.

Logo nas primeiras horas após o vendaval, o que se viu em Santa Fé foi uma verdadeira corrente humana. Vizinhos ajudando vizinhos, jovens se voluntariando para retirar galhos e entulhos das ruas, comerciantes oferecendo abrigo e alimentação, e servidores públicos trabalhando sem descanso para atender quem mais precisava. A chegada do Corpo de Bombeiros de Sarandi, somada à ação coordenada das secretarias municipais, demonstrou que, quando a tragédia toca uma cidade, a união ultrapassa fronteiras.

O decreto de calamidade pública assinado pelo prefeito Edson Palotta nesta segunda-feira (03) foi uma medida necessária e responsável. Mais do que um documento administrativo, ele simboliza o reconhecimento de uma realidade dura, mas também o início de um processo de reconstrução. As aulas suspensas, as atividades interrompidas e os reparos emergenciais não são sinais de fraqueza — são gestos de prudência e cuidado com a população.

O Jornal Noroeste, que há anos acompanha o desenvolvimento das cidades da região, reafirma seu compromisso com a verdade e a solidariedade. Diante desse momento, cabe a todos nós não apenas noticiar o ocorrido, mas estender a mão. Cada doação, cada gesto de apoio e cada palavra de conforto faz diferença para quem perdeu tanto em tão pouco tempo.

Santa Fé se levanta, porque seu povo é forte. E é justamente nos momentos mais difíceis que a grandeza de uma comunidade se revela. Que este episódio sirva de lição e inspiração: quando a natureza impõe sua força, é a força humana da empatia que sustenta o recomeço.

* Alex Fernandes França é Administrador de Empresas, Teólogo, Historiador e Mestre em Ensino pelo PPIFOR – UNESPAR