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Pingos e Respingos


Por: Dr. Juarez de Oliveira
Data: 15/05/2020
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Vida  que vai, vida que vem: Moro x Bolsonaro

No dia 13 de maio, aniversário  da abolição da escravatura no Brasil, mas também se comemora no mundo católico, o aniversário do aparecimento de Nossa Senhora de Fátima aos três Pastorinhos, em Fátima,  Portugal.  Mas não devemos esquecer também, que foi no dia 13 de maio de 2016, portanto, há quatros, o Senado consumou  mais um golpe de direita no Brasil, culminando com a queda da ex presidente Dilma Rousseff, por conta das chamadas "pedaladas fiscais". É o   tipo da causa que se esta coluna fizer uma enquete, agora,  raras as pessoas  saberiam responder o seu significado. Com certeza, muitas irão dizer que é porque Dilma  pedalava muito em sua bicicleta. Quem poderia dizer naquela oportunidade, que quatro anos depois,  o Brasil estaria numa situação tão ruim, de penúria, como agora, a começar pela eleição de seu tosco presidente em 2018, a base de "fake news", situação esta corroborada  pela pandemia do Covid-19, que já matou cerca de 14 a 15 mil brasileiros. Há quatro anos, Sérgio Moro era um "herói nacional," por  perseguição implacável à Lula,  prendendo-o, sem provas, mas tirando as suas amplas possibilidades de  voltar a ser  presidente da República. Moro abriu caminho para a eleição de Bolsonaro, um desconhecido, que há 28 anos era deputado federal, sem  ter apresentado nenhum projeto `a nação.  Mas Moro fez uma péssima escolha ao deixar de ser Juiz Federal para ser  guindado ao cargo de  super ministro da Justiça e da Segurança Pública, com a principal  missão de combater a corrupção e o crime organizado no país, a grande bandeira  de campanha do atual presidente. Caiu do cavalo o ex juiz,  pois durante o seu mandato, teria que fazer exatamente o que ele não queria fazer: acobertar corrupção e crime organizado, justamente dentro da família de Bolsonaro. Pediu demissão do cargo e  agora poderá ser julgado por ter prevaricado em algumas situações governamentais. Quanto ao presidente,  ele se amarrou ao Centrão, aquele mesmo grupo de parlamentares  que derrubou Dilma Rousseff, porque ela não quis lotear cargos e nem distribuir dinheiro à aqueles parasitas da nação.  Por isso  caiu. Mas o mesmo não acontecerá com Bolsonaro porque ele já providenciou um balcão de  negócios para comercializar com o Centrão. Enquanto isto, o Covid-19 vai ceifando vidas por todo o país e retrocedemos  vários anos para chegar a lugar nenhum,  depois de   tudo aquilo de  bom para a nação que Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma fizeram.. É brincadeira no estertores de minha vida eu ter que ouvir os gritos de militares da ativa e da reserva ( já de pijamas para dormir ) e a milícia de amarelo gritando ao presidente: "Mito", "Mito","Mito". Vida que vai, vida que vem! Vida que segue!

O tal vídeo da reunião ministerial é devastador

Como parte do inquérito que apura as denúncias do ex ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, contra o ex presidente Bolsonaro, foi exibido terça feira última,dia 12, na Polícia Federal, em Brasília. O que vasou do tal vídeo,segundo avaliação de fontes, que acompanharam a investigação, tal vídeo é devastador pois comprova as denúncias de Sérgio Moro, quando do seu pedido de demissão. Tal vídeo comprova a acusação de Moro de que o presidente da República tentou interferir politicamente na Polícia Federal. Após a denúncia, o STF abriu inquérito. Ainda no tal vídeo, Bolsonaro alegou que queria trocar o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, porque a sua família se sentia perseguida  e não tinha segurança no Rio. Bolsonaro ainda acrescentou que, se necessário, trocaria o diretor geral da Polícia Federal e o ministro da Justiça, do qual a Polícia Federal é subordinada, tudo no sentido de proteger a sua família naquele Estado. O assunto irá posteriormente as mãos da Procuradoria Geral da República, mais precisamente de  Augusto Aras, que fará as denúncias contra o presidente. Na Câmara já existe mais de 30 pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Mas medroso como é, além de fazer parte de algum esquema ( é citado várias vezes na Lava Jato ), o presidente Rodrigo Maia não vai colocar o assunto em discussão. Mas se necessário for, o Centrão se encarregará de salvar o mandato de Bolsonaro. E tudo acabará em pizza.-

Será que os brasileiros estão insensíveis diante de uma  cruel realidade?

Outro dia, na abertura do Jornal Nacional, da Globo, o editor-chefe Willian Bonner propôs uma reflexão sobre os impactos do coronavírus no Brasil. Na realidade, a sensação que nos dá é que os brasileiros tornaram insensíveis a tantas mortes que vem acontecendo no país diariamente pelo Cocid-19.  Já são cerca de 15 ml mortes em todos os cantos do país, sem que haja qualquer reação da população que permanece indiferente ao que está acontecendo. . Se cai um avião, morre 150 pessoas, há uma consternação muito grande em todas  as  camadas  da população.  Mas morre  mais de  700 pessoas ( já chegou a 850) por dia pelo coronavírus e  somente  há um "baque" quando é um parente que morre e aí familiares e amigos choram a morte do ente querido. As medidas que  a Organização Mundial de Saúde ( OMS) tem orientado  para diminuir esta mortandade não tem dado bons  resultados por aqui no Brasil. Mas por que em outros países as mesmas orientações dão certos ? Na opinião desta coluna, a questão é cultural   uma vez que em outros países, como a Alemanha, Dinamarca, Nova Zelândia, Argentina, etc., há uma maior responsabilidade da população, acatando as ordens e orientações das autoridades. Além do mais, a credibilidade que se tem no presidente desses países pela população  é muito grande, sendo autênticos líderes. O povo acredita em suas autoridades. Por aqui, o nosso presidente não tem credibilidade. O que você pode esperar de um presidente que chama os seus filhos por número? Eu vou falar com o 02 e depois eu falo com você, 04. Pode uma coisa dessa?  Como diz a jornalista Mariana  Belmont: "O Brasil não tem Presidente da República,"  ao ouvir o presidente  falar " como  todos vão morrer mesmo", mas é preciso salvar a economia ou   são covardes aqueles que ficam em casa.". Diante desta situação, com o presidente falando "abobrinha", pouco ligando quantos morrem por dia pelo Covid-19, a população tem mesmo é que ficar insensível diante desta  cruel realidade.-

Coisas do Cotidiano

·         12 de maio: Dia Internacional da Enfermagem.  Parabéns colegas de trabalho, principalmente por este momento tão difícil;

·         13 de maio: Aniversário da Abolição da Escravatura. Mas muita coisa ainda resta para se concretizar o real espírito abolicionista;

·         "Somos 200 milhões de brasileiros trouxas explorados por seis bancos", diz o ministro da Fazenda Paulo Guedes;

·         No dia  17/3/2020,  tivemos  a primeira morte pelo Covid-19 no Brasil.  Dois meses depois, 15/5/2020, já estamos com quase 15 mil  e mais de 180 mil infectados. É nefasto e ineficiente  o poder público brasileiro comandado por Bolsonaro;

·         A entrevista da empresária Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, ao jornal O Estado de São Paulo, foi um verdadeiro show, enchendo todos nós de esperança. Para ela o que está faltando neste momento no país, "é a falta de alinhamento entre o governo federal e os Estados no que se refere ao combate da pandemia pelo coronavírus";   

·         Festas privadas em Jurerê  Internacional, sofisticada praia de Florianópolis (SC), são péssimos exemplos dados pois ignoram as restrições do isolamento social. Revoltadas com a situação, muitos moradores denunciaram à polícia, preocupados  pelo aumento de casos e mortes pelo Covid-19 em Florianópolis e no Estado;

·         73 mil militares, soldados que prestam serviço militar obrigatório, receberam o auxílio emergencial de R$ 600.-

Bolsonaro usa ministros e empresários para emparedar o STF

A atitude do presidente em usar ministros e empresários para irem ao STF emparedar os ministros  da Corte, para que eles suspendessem o isolamento social no Estados, acabou tendo uma péssima repercussão.  Sem agenda marcada, sem comunicar os empresários que foram ao Planalto pedir apoio  financeiro ao presidente no que se refere a funcionários, impostos, outros gastos, etc., o presidente levou os empresários ao STF e fez um discurso de improviso muito ruim, dizendo que os empresários queriam acabar com o isolamento social, que o comércio tinha que abrir, muitos CNPJs ( referente as empresas) já estavam na UTI, não dando qualquer importância aos milhares de CPFs( referente a pessoa física ) mortos pela Covid-19. Na realidade, o presidente forçou a barra para dividir a responsabilidade das mortes, que é dele, com os ministros do STF. A no final das contas, Bolsonaro ouviu o que não queria ouvir de Dias Toffoli, presidente da Corte, ao dizer que " a flexibilização do isolamento social tem que contar com embasamento técnico- científico, além de ouvir os Estados e Municípios que tem a autorização desta Corte para fixar regras de isolamento social, quarentena e  restrições ao uso do transporte coletivo". Após a saída de Bolsonaro,  "cuspindo fogo," ministros do STF, muitos empresários, deputados, senadores  não gostaram da atitude do presidente, uma vez que não houve agendamento, sem pauta, além do mais,  ele vem criticando o ministro Alexandre de Moraes.-

Entrelinhas

***Realmente estamos vivendo numa república de bananas. Ruralistas estão pedindo apoio governamental para as grilagens em terras indígenas.***Do ator Bruno Gagliasso para a ex atriz e atual Secretária da Cultura, Regina Duarte, após uma entrevista na CNN Brasil e um entrevero com a atriz Maitê Proença: "Regina Duarte, que vergonha de você.  Afinal, você está a serviço de quem? Tratando torturados e mortos na ditadura como vidas que se perdem em mortes naturais? A quem ela pensa que representa além desse governo de monstros?", disse Gagliasso. Há uma abaixo assinado de artistas, escritores, produtores, etc. repudiando veementemente a incompetência de Regina Duarte no cargo.***A atriz Maitê Proença mandou um video para Regina Duarte, durante uma entrevista na CNN Brasil,  para que ela olhasse para a classe dos artistas, com inúmeros problemas. Regina, com desdém, não quis ouvir as solicitações. Maitê Proença respondeu: "É meus amigos, é o que tem pra hoje. Cala a boca pra cá, cala a boca pra lá."*** O ator Lima Duarte fez um vídeo de 5 minutos em que ele homenageia o seu amigo Flavio Migliaccio e citou a ditadura militar como um dos piores momentos vividos pelos dois e desabafou sobre o atual momento do país. No final, Lima Duarte disse: "Os que lavam as mãos, os fazem numa bacia de sangue." ( A maldição do Sangue é um evento relatado por Mateus 27:24 e 25 )***"As autoridades de uma nação precisam, primeiramente, se preocuparem com a saúde e o bem estar de seu povo". (Papa Francisco).-

Dr. Juarez de Oliveira


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