As crianças ao brincar de faz de conta, fantasiam e elaboram seus conflitos, exercitando a habilidade de encontrar alternativas e soluções para seus problemas. E na brincadeira fantasiosa reconhecem suas dores, medos e angústias. Atualmente muitos pais ficam em dúvida sobre falar de criaturas fantásticas como Papai Noel, com medo de estarem mentindo para a criança, batendo de frente com a ideia de que se não querem que a criança minta, não devem mentir para ela, mas permitir que a criança acredite em figuras como Papai Noel, Fada do Dente e Coelho da Páscoa não é o mesmo que mentir para ela. Essas crenças tem um papel importante na formação infantil, muitas vezes é através das fantasias que as crianças formam seus valores. 

A ideia da existência do Papai Noel traz diversas possibilidades de sonhar, imaginar e criar. Sendo uma figura que vem nos falar sobre bondade e generosidade.  De acordo com Françoise Dolto, pediatra e psicanalista, é importante conversar com a criança com clareza e transparência, ao falar do Papai Noel para elas os pais devem explicar à criança a diferença entre o real e o mito, ou seja, falar o que é uma pessoa viva que teve uma mãe, nasceu, irá viver e morrerá um dia, e um mito que é um relato fantástico criado.

Como falar para a criança do Papai Noel? 

De acordo com Françoise Dolto, podemos dizer que Papai Noel não nasceu como todos nós, não teve uma mãe e um pai, ele não é vivo, só vive na época do Natal, no coração daqueles que querem comemorar e presentear. Acredito que aquilo que está em nosso coração sempre será verdadeiro, e quando dizemos às crianças que a existência depende dela acreditar, não estamos mentindo. O que não devemos fazer é dizer para a criança que Papai Noel é um homem de carne e osso que só presenteia crianças boazinhas.

As vezes as crianças perguntam quem é o verdadeiro Papai Noel, pois nessa época encontramos muitos por aí, e as crianças tem dificuldade em entender o que é real e o que não é, o que podemos dizer é que o verdadeiro está apenas no nosso coração.

Quando chega àquela hora em que a criança começa a duvidar da existência do Papai Noel, surgindo à famosa pergunta: “Papai Noel existe?”, os pais podem devolver a pergunta dizendo “o que você acha, ele está em seu coração?” deixando assim que a criança chegue sozinha a suas próprias conclusões.

Cabe a nós lembrar que cada família vai decidir o que acredita ser mais benéfico para seus filhos, o que venho dizer é que a fantasia na infância não fará mal e sabendo se comunicar com clareza com a criança não estará mentindo.