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Países


Por: R. S. Borja
Data: 17/05/2024
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Há alguns dias fiz um gracejo a respeito da minha naturalidade, remetendo, ainda que indiretamente, à tragédia que assola o Rio Grande do Sul. Prontamente fui repreendido, ainda que a intenção do comentário não fosse desqualificar, desmerecer ou demonstrar insensibilidade com pessoas atingidas diretamente pelo caos.

Após o ocorrido, fiquei pensando em como cada um de nós, ainda que muito próximos de outras pessoas, somos um mundo próprio, ou melhor comparando, um planeta ou, ainda, um país.

Há países que se mostram desenvolvidos materialmente e visivelmente bonitos, atraindo olhares e despertando o interesse de serem conhecidos mais a fundo. Outros, ainda que despidos da riqueza material, apresentam belas paisagens naturais, que também despertam a curiosidade de serem conhecidos.

Ainda existem aqueles que não tiveram condições, seja pelo relevo, seja pela ausência de investimento, que não detém riqueza material e nem belezas naturais. Normalmente, são mal vistos ou olhados com temor e medo, sendo raramente visitados, quando muito só de passagem mesmo.

Interessante, contudo, notar que, ao estreitarmos as relações com os países, a visão inicial toma contornos distintos. Muitas vezes aqueles aparentemente ricos com belas paisagens, quando visitados em seu interior, apresentam graves problemas internos, falta de estrutura sólida, situações de convulsão que lhes retiram toda a atração. Já aqueles que não possuem atrativos externos, quando vistos de perto, emanam energias positivas e luz, um magnetismo fora do comum.

Impressionante perceber que por mais que um país se desenvolva e se torne mais rico, ele não consegue aumentar a sua superfície e aumentar suas fronteiras; que por mais conhecido que seja, cada país mantém zonas e áreas inexploradas; que uns são belicosos; outros pacíficos, tendo aqueles que se mantém neutro.

Normalmente, nas relações, vemos países ricos tendendo a se relacionar com países de igual patamar, em algumas oportunidades com aqueles não tão ricos, mas com belas paisagens e raramente com aqueles sem ricas e desprovidos de belezas naturais. Vemos países explorando outros e alguns sendo demasiadamente submissos a outros. Temos uns agredindo a outros, por meio de ameaças, retaliação econômica e invasões ao território alheio; temos outros que buscam auxiliar outros por meio de recursos, bens, ações e palavras.

Independentemente do desenvolvimento, beleza, riqueza, relacionamentos, cada país forma de relacionamento, cada país encontra-se limitado a sua área. A sua ação ou reação sempre estará condicionada a sua condição financeira, às suas relações, à sua capacidade de criar estruturas internas que lhe permitam olhar os demais países de uma forma mais inteira. Ainda assim, cada país tem sua vida própria, seus interesses, sua forma individual de ver as situações.

Por isso vemos uns se solidarizando com o problema do outro, ajudando através de dinheiro, bens e muitas vezes oferecendo seu espaço físico para colaborar no socorro de outros países. Ao mesmo tempo, temos outros que se mostram insensíveis, que verbalizam ofensas e assim por diante.

Seja como for, a vida de cada um é distinta das demais, seja na tragédia, seja na prosperidade, e por mais que tenhamos conhecimento, não vivemos a mesma situação do que o outro, ainda que soframos pelo que acontece a ele.

Todas essas palavras não retiram a indelicadeza do comentário feito mas explica o porquê cada um continua sua rotina, seja qual for, mesmo com tragédias, enchentes, fome, entre tantos eventos.

Tal como países não conseguimos sair do nosso mundo, mas, sim, dentro dele, se solidarizar, ajudar, abrir portas, tornar a existência de outros melhor e feliz.

“A santidade está na ação justa e na coragem para defender aqueles que não podem defender a si mesmos. E a bondade, o que Deus deseja, está na mente e no coração. Através do que decidimos fazer a cada dia, seremos um bom ser humano ou não”

R. S. Borja


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