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Os medos do homem diante do seu novo papel: ser pai


Por: Sarah Rebecca Eliziário Bonetti
Data: 23/12/2020
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Ah o bebê! O protagonista de toda essa narrativa que é a gestação, o foco de tudo e todos. A mulher é olhada e reconhecida por estar gerando esse ser, então todos os cuidados também estão voltados a ela. Mas e quanto o pai, que para alguns não tem como exercer sua paternidade de maneira ativa durante a gestação, então dessa maneira é deixado de lado muitas vezes pela companheira, família, amigos, porque todo o foco está direcionado ao filho e consequentemente a mulher, e pelo fato de ser homem pensa-se que não passe pelas transformações da gravidez. Mas será mesmo?

Só quem ficou grávida sabe as ansiedades e apreensões que esperar um filho traz, mas os medos do pai muitas vezes são negligenciados, pela falsa crença de que o homem “não chora”, “não tem medo”. Mas isso é advindo de uma cultura ultrapassada em que a gestação e o parto eram coisa de mulheres. O homem no parto apenas aguardava o anúncio do nascimento do lado de fora.

Mas o homem moderno, que tem consciência e exerce seu papel como pai, sabe das responsabilidades que vem de ser ter e criar um filho. Mas que tipo de preocupações? Fantasias de morte da companheira e do filho durante o parto (ou de a esposa morrer e ficar sozinho com o bebê), medo de violência obstétrica. Além disso como o homem geralmente assume o papel de maior provedor dentro da casa, surge preocupações se irá conseguir sustentar mais um membro da família, o que muitas vezes faz ele ter a ideia da necessidade de trabalhar ainda mais. Esse pai pode muitas vezes se sentir deslocado quanto ao seu papel, visto que durante a gestação e nos primeiros meses a mulher e o bebê estão em uma conexão muito forte, sendo praticamente um só. 

 Essas são algumas das questões que podem surgir na vida do homem e que de certa maneira já mostram como ele está empenhado em exercer uma boa paternidade. Todavia, alguns acabam colocando o pai num papel de coadjuvante numa peça em que ele também é o ator principal. Esses fatores citados acima podem ser fontes de grande ansiedade se não bem trabalhados, podendo  interferir na saúde emocional do homem, enquanto indivíduo, cônjuge e pai, a busca por um profissional qualificado e especializado nas questões em torno do nascimento por parte do casal pode ser uma fonte de ajuda, no sentido de informar e ressignificar as mudanças consequentes dessa nova fase que será permanente.

Sarah Rebecca Eliziário Bonetti

Sarah Rebecca Eliziário Bonetti Psicóloga Perinatal/Obstétrica CRP 08/30339 (44) 92000-3094 @gestarpsicologia


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