A sociedade avança com cada passo, e a luta por respeito e igualdade deve ser incessante em todos os campos profissionais. No entanto, recentemente, uma fala infeliz de uma figura pública trouxe à tona preconceitos e estereótipos que nunca deveriam existir. Durante sua participação no podcast "Papagaio Falante", a atriz Daniela Escobar fez comentários que não podem ser ignorados e que clamam por uma resposta firme em defesa das valorosas profissionais de enfermagem.

Ao generalizar e denegrir a imagem das enfermeiras em hospitais, a atriz demonstrou desconhecimento e desrespeito pela essencial contribuição dessas profissionais no cuidado e recuperação de pacientes em situações delicadas de saúde. Através de uma descrição superficial e preconceituosa, Daniela Escobar tentou menosprezar o trabalho árduo e a dedicação incansável dessas mulheres, reduzindo-as a estereótipos superficiais e machistas.

Ao relacionar a aparência de unhas compridas vermelhas, batom vermelho, maquiagem pesada e cílios postiços das enfermeiras com uma suposta busca por "catar médico" ou envolvimento em festas, a atriz propagou um estigma inaceitável e completamente injusto. É extremamente equivocado associar a estética pessoal de uma profissional de saúde com sua capacidade e seriedade no exercício de sua função.

É importante ressaltar que as enfermeiras são profissionais altamente capacitadas e preparadas, que passam por rigorosos processos de formação e aprimoramento contínuo para prestar cuidados de saúde com excelência. Sua aparência pessoal em nada interfere na qualidade do atendimento que oferecem aos pacientes, e é um desrespeito diminuí-las a meras figuras em busca de relacionamentos amorosos ou distrações festivas.

O Conselho Regional dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul agiu acertadamente ao emitir uma nota de repúdio, condenando as declarações da atriz e defendendo a integridade das enfermeiras. É dever de toda a sociedade apoiar e valorizar o trabalho dessas profissionais que, muitas vezes, enfrentam jornadas extenuantes, arriscam suas vidas e emocionalmente enfrentam momentos de grande pressão.

A beleza, a vaidade e o cuidado pessoal são aspectos naturais e legítimos de qualquer ser humano, incluindo as profissionais de enfermagem. Reduzi-las a estereótipos sexistas é uma atitude ultrapassada e indigna dos valores que almejamos para uma sociedade justa e inclusiva.

É necessário desconstruir tais preconceitos e conscientizar a população sobre a importância e o papel fundamental desempenhado pelas enfermeiras em nosso sistema de saúde. Elas são responsáveis por cuidar dos doentes com empatia, habilidade técnica e amor à profissão, e devem ser tratadas com o devido respeito e reconhecimento.

É hora de reconhecer e aplaudir o trabalho incansável dos profissionais de enfermagem, que muitas vezes, são a luz que guia pacientes e familiares em meio à escuridão da doença e do sofrimento.

“Existe cuidado sem cura, mas não existe cura sem cuidado”. Florence Nightingale (1820-1910)

·       Alex Fernandes França é Administrador de Empresas, Teólogo, Historiador e Mestrando em Ensino pelo PPIFOR – UNESPAR