Em meio às movimentações políticas que marcam o período de encerramento da janela partidária, é fundamental compreender a importância da escolha da legenda para os candidatos que almejam uma cadeira na Câmara Municipal. Em um cenário onde diversos expoentes políticos disputam espaço dentro de um mesmo grupo, a estratégia de optar por uma legenda sem tantos candidatos populares pode ser a chave para garantir uma melhor chance de eleição, desde que todos façam os votos mínimos necessários para eleger um ou mais.

A dinâmica das eleições proporcionais, regidas pelos quocientes eleitoral e partidário, apresenta um desafio complexo para os candidatos. O quociente eleitoral define o número mínimo de votos necessários para um partido ou coligação conquistar uma vaga, enquanto o quociente partidário determina quantas cadeiras cada legenda terá direito a ocupar, com base nos votos recebidos.

Nesse contexto, a saturação de candidatos potencialmente “fortes” em uma mesma legenda pode resultar na diluição dos votos, colocando em risco a eleição de alguns deles. Já em legendas menos concorridas, um candidato com uma base eleitoral sólida tem maiores chances de alcançar o quociente eleitoral necessário para garantir sua vaga na Câmara.

É importante destacar que a estratégia de escolher uma legenda menos disputada não implica em abrir mão de uma campanha forte e competitiva. Pelo contrário, permite que o candidato concentre seus esforços na mobilização de sua base eleitoral e na divulgação de suas propostas, sem a preocupação excessiva com a concorrência interna.

“O cálculo dos quocientes eleitoral e partidário é essencial para determinar quais partidos terão direito a ocupar vagas na Câmara Municipal. Essa complexa dinâmica eleitoral torna a escolha partidária ainda mais estratégica, uma vez que impacta diretamente na distribuição das cadeiras legislativas”

Vale ressaltar também que, em um sistema político democrático, a diversidade de ideias e representações é fundamental para uma representação efetiva da população. Portanto, a busca por uma legenda menos saturada não deve ser vista como uma estratégia oportunista, mas sim como uma maneira de ampliar a diversidade de vozes no Legislativo municipal. Em eleições passadas, candidatos que obtiveram expressiva votação, alguns destes pontuando como o mais votado, acabaram não se elegendo por conta do não atingimento do quociente eleitoral ou partidário, o que para muitos soa como injusto. 

Nesse sentido, cabe aos candidatos e eleitores refletirem sobre a importância da escolha da legenda nas eleições proporcionais. Optar por uma legenda menos concorrida pode ser um caminho para garantir uma representação mais equilibrada e efetiva dos interesses da população no cenário político local.

·       Alex Fernandes França é Administrador de Empresas, Teólogo, Historiador e Mestrando em Ensino pelo PPIFOR – UNESPAR