O valor da educação
A UNICESUMAR foi vendida em 2021 para o grupo Vitru Educação, que é dono da UNIASSELVI, uma universidade catarinense. O valor? Mais de R$ 3 bilhões. Um montante desse, por si só, impressiona, pois demonstra o alto potencial lucrativo que pode advir da educação. A Universidade Centro de Ensino Superior de Maringá se firmou nas últimas décadas como uma das principais instituições de ensino privadas do Brasil e o resultado se mostra, também, em valores financeiros. A quem diz que educação é gasto, o contrário é o que se impõe.
A partir da informação sobre a venda da UNICESUMAR, fiquei a imaginar quantos que valeriam, por exemplo, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Universidade Estadual de Londrina (UEL). Sinceramente? Não tenho noção, só sei que o estado do Paraná (e o povo brasileiro, por extensão) tem, só em universidade, uma quantia considerável. Com isso estou a sugerir que as universidades públicas devam ser vendidas? Não, ao contrário, elas devem ser mais e mais respeitadas e devem receber verbas, pois estas não são gastos, mas, investimento certo.
Quando uma universidade se desponta, é natural que pessoas de todo o país (e até do exterior) a ela recorram. É comum pessoas do norte e nordeste procurarem a UEM, assim como é comum pessoas do sul irem atrás de universidades Brasil afora. Eis um valoroso intercâmbio. Com isso, não só a própria instituição ganha, mas toda a região universitária, toda a cidade, todo o estado. Há uma entrada de cultura e de dinheiro por causa dessa movimentação estudantil, e isso não é desconsiderável. A UEM, por exemplo, está em um ponto central de Maringá. A Universidade Federal do Paraná (UFPR) também possui prédios em áreas centrais, mas, onde não é central, também não é insignificante. Toda uma vida potente se constrói em regiões universitárias. Que se observe Paranavaí com o IFPR, com a UNESPAR, a UNIPAR e a UNIFATECIE.
Por fim, não se deixa, a não ser por má-fé, que um bem tão importante quanto as escolas e as universidades sejam sucateados. A palavra é justamente essa: sucateamento. Imagine se o CESUMAR fosse sucateado, qual seria o seu valor atual? Por consequência, cuidar das universidades não é gasto, mas sinônimo de sabedoria e inteligência, afinal, como afirmam os jargões estudantis, não há futuro sem educação de qualidade.
Dr. Felipe Figueira
Felipe Figueira é doutor em Educação e pós-doutor em História. Professor de História e Pedagogia no Instituto Federal do Paraná (IFPR) Campus Paranavaí.