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O que é TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo?


Por: Simony Ornellas Thomazini
Data: 13/01/2020
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TOC é o Transtorno Obsessivo Compulsivo de acordo com o Manual Estatístico dos Transtornos Mentais da Associação psiquiátrica americana ou o Manual do CID, proposto pela Organização Mundial da Saúde.

 Segundo a psicanálise, o TOC é um sofrimento psíquico cujo sintoma principal são as obsessões.

 Entende-se por obsessões, os fenômenos do pensamento. É aquela ideia que invade a pessoa contra a sua própria vontade. Por exemplo: Eu sei que fechei a porta de casa, mas sou assaltada pela dúvida de que talvez eu não tenha feito isso, ou não fiz isso muito bem, de forma que eu preciso voltar e conferir se de fato, fechei a porta da casa.

 Esse exemplo é uma ideia obsessiva simples que acontece em geral com as pessoas, e muito provavelmente já tenha acontecido com você mais de uma vez. Mas, imaginem que em alguns indivíduos isso domine completamente a relação dele com o mundo e as outras pessoas. Esse sujeito é assaltado constantemente pelas dúvidas a tal ponto que sua vida passa a ser governada por essas ideias obsessivas.

 Por exemplo: Imaginem que o sujeito abra o Jornal Noroeste e se depare com uma notícia de um assassinato, lhe ocorrendo o pensamento de que talvez ele tenha sido o autor daquele crime. Mesmo sabendo, e possuindo a absoluta certeza de que não foi ele que matou, pois, não é um assassino, um criminoso, ele pode pensar que sim.

 Essa ideia pode parecer absurda para você, (e é bem provável que ele jamais diga isso em voz alta) mas, acontece com algumas pessoas.

 Ideias como essa, possui um caráter intrusivo, ou seja, invade a pessoa contra a sua própria vontade. Também possui um caráter egodistônico, isto é, confronta o ego causando uma desarmonia, passando a assediar o sujeito sistematicamente.

 Algumas outras ideias também podem ocorrer com pessoas queridas, possuindo um sistema de pensamento supersticioso. Por exemplo: Pensei nisso, será que isso teve alguma relação com aquilo que aconteceu a tal pessoa? Ou então: Aconteceu tal coisa com uma pessoa querida para mim. Será que de alguma forma, com o meu pensamento, não contribuí para que isso acontecesse?

 Todas essas relações que se colocam para a pessoa como desarmônicas, compõem o quadro das obsessões.

 Freud dizia que essas ideias obsessivas, ou obsessões, substituem ideias primeiras na qual o próprio indivíduo não consegue aceitar muito bem. Geralmente elas estão ligadas a contrariedades de valores morais, a sexualidade, a morte, e a eventos traumáticos vivenciados pelo sujeito em que ele pode dizer: “Não posso ter pensado nisso.” Nesse momento, o pensamento que ele teve é substituído por outro parecido, porém, é outro pensamento sem lógica, sem sentido ao resto da vida dessa pessoa.

 A partir disso, esse pensamento sem nexo, desagradável, irá assediá-lo constantemente contra a sua própria vontade, passando a fazer parte de sua vida.

 Num determinado momento, a obsessão começa a vacilar, aquela primeira ideia imoral, sexual, portanto, intolerável para o sujeito, vem a ser substituída pela segunda, e o mecanismo que sustentava essa ideia passa a falhar, ligando as coisas novamente. Aqui, temos o segundo momento do quadro, muito mais grave em que se passa das obsessões, ou seja, fenômenos do pensamento, para as compulsões, fenômenos do comportamento.

 A compulsão é o que leva o sujeito a lavar as mãos repetidamente, a contar os azulejos do banheiro enquanto se toma banho, a andar na linha, a ter que fazer uma coisa antes da outra, senão algo pode acontecer, ou dar errado. E isso vai se desdobrando a ponto de, às vezes, tomar conta da vida da pessoa. Com isso, a maior parte de sua vida útil acaba sendo dedicada a manutenção dessas compulsões e obsessões.

 Dito isso, os quadros de obsessões e compulsões são tratáveis pela psicanálise sem o auxílio de medicamentos. Basta que o próprio sujeito se incomode a tal ponto em querer acabar com este sofrimento e procure ajuda.

 

Simony Ornellas Thomazini


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