O amor em tempos de ódio
Caríssimos leitores e leitoras, penso que o título deste texto atual, publicado nesta coluna, reflete uma condição referente à nossa atualidade, marcada ainda por ódios que levam as guerras e conflitos, ceifando vidas e destruindo modos de existir. Tempos ainda de ódio, que separam povos e causam conflitos locais, como o que acontece no Oriente Médio, mas que ameaçam sempre com guerras letais e mais amplas, acontecendo em grande escala.
Tempos de ódio, contra o outro. Ódio contra etnias e povos. Ódio que acarreta a ação de guerrear, algo ainda comum em nossa história humana. Neste aspecto, odiar se expressa como sendo mais fácil do que amar. Por sinal, neste contexto, o amor não ganha muito espaço, ao contrário, pois passa a ser suprimido e expulso. Contudo, se faz necessário amar mais ao outro. Amar o diferente e se relacionar com ele. Exercer o amor, uns pelos outros, apesar da diversidade. Por sinal, o amor à diversidade e a pluralidade, enriquece as relações humanas, além de as tornar mais resistentes ao ódio. Por este motivo, devemos encarar a realidade de que o ódio se intensifica e espalha, levando às ações de bombardeios e fuzilamentos. Aos atos de terrorismo de Estado e de grupos. O ódio assim se expressa e mantem, se alimentando da violência.
Pode soar ingênuo ou utópico, mas o amor uns pelos outros, em sua forma mais concreta, pode funcionar enquanto um antídoto, contra tanto adoecimento causado pelo ódio. Basta que amemos mais às pessoas, do que aos poderes, aos ganhos, aos interesses políticos, econômicos e pessoais. Não se trata de uma tarefa fácil. Porém, se faz essencial, se desejamos de fato ter tempos de mais paz e amor.