Nosso passado

Que curioso pensar no nosso passado!
Alguma vez vocês já pensaram?
Hoje estava olhando os quadros de fotos que ficam pendurados na parede atrás do computador. Vi meus entes queridos que estão ainda aqui na terra e outros que já partiram.
Comecei a refletir sobre essas fotos e lembrei que já tivemos avós, bisavós, trisavós.. e muitos outros que nos antecederam e formaram a minha família. Não conheço a todos. Mas penso que posso agradecê-los pelo cuidado que cada um deles tiveram pelos seus descendentes e assim permitiram que um dia eu nascesse. Falar de nossos ascendentes é mergulhar em um universo de origens, identidade, resiliência e sabedoria que moldou quem somos hoje. A tradição e cultura que seguimos hoje. Lições de vida.
Vocês já pensaram nisso? Acredito que não. Nossa vida está tão agitada que esquecemos dessa ligação que tivemos. Mas, podemos pensar agora que um dia nós seremos o antepassado de alguém que viverá no ano de 2050, 2100 ou muito tempo depois. Será que eles se lembrarão de nós? E se queremos que lembre, o que podemos fazer para que as lembranças sejam boas.
Meu tio avô, que foi irmão de meu avô paterno, se chamava Salem Miguel Salem. Ele era conhecido como o Orador e Poeta Cego de Batrum. Sim, de origem libanesa, chegou ao Brasil ainda vidente e com o tempo o glaucoma tomou conte se seu olho, assim ficando cego. Tenho várias poesias que ele escreveu, mesmo com sua cegueira. Assim, mesmo não tendo conhecido ele pessoalmente, conheci através de seus versos.
Eu também escrevo poesia, crônica, conto e romance e acredito que um dia meus descendentes também falarão: “Tive um tataravô que era escritor. Ele escreveu livros e coluna Vida Cotidiana no Jornal Noroeste”.
Mas, também podemos ser conhecidos, não pelo que escrevemos, mas principalmente pelo que praticamos. Em nossa história, temos grandes homens e mulheres que dedicaram sua vida a caridade e a paz. Citando alguns como: Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela entre muitos outros. Mas, tivemos outros que instigaram a violência e são lembrados pelas atrocidades que fizeram ou estimularam o povo a fazer. Esses não são nem dignos de serem lembrados aqui.
Também tem aqueles que não querem entrar para a história, nem boa, nem má. Pensam sim em praticar a caridade e fazer o bem a todos, sem que seu nome fique registrado. Tudo bem, pois temos muitos que a história não registrou. É só pensar em nossa família, como estimulei no início do artigo, onde nossos antepassados fizeram de tudo para que nós estivéssemos aqui.
Nesse momento, penso que devemos lembrar deles e agradecer pelo que fizeram e pelo que não fizeram, permitindo que o nosso nascimento ocorresse.
Nossos ancestrais não são apenas nomes em uma árvore genealógica; eles são a base de quem somos. Carregamos sua força, sabedoria e história em cada passo que damos, e entender sua jornada nos ajuda a dar sentido à nossa própria vida e a construir um futuro melhor, honrando o legado que nos deixaram.
Esse artigo foi um pouco diferente dos demais. Mas continuo pedindo a vocês que leiam e compartilhem com outras pessoas. Quero saber de vocês as considerações sobre esse assunto. Podem enviar mensagens em minhas redes sociais e do Jornal Noroeste.

