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Mentiras na infância


Por: Luiza Graziela Santos Dias
Data: 16/06/2020
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Devido a imaturidade neurológica, as crianças pequenas têm dificuldade em diferenciar o que é real e o que não é, tendo dificuldade assim de entender o que é mentira e o que é verdade. Mas esse não é o único fator que leva uma criança a mentir, existem outros fatores envolvidos diretamente, como o modelo parental adotado pelos pais, por exemplo, pais que são rígidos demais, com uma criação muito severa podem contribuir para que as mentiras sejam mais frequentes, isso porque a criança está sempre com medo, teme em ser punida ou decepcionar os pais que exigem muito dela. Isso não quer dizer que o modelo permissivo seja mais saudável nesse ponto, pois a criança criada dentro da permissividade tende a mentir para chamar a atenção ou assustar os pais para que seja vista e assim se sentir importante.

Outro ponto muito importante é o comportamento dos pais diante da criança, se estão constantemente contando mentira, como prometer algo e não cumprir ou pedir para a criança mentir ao telefone falando que saiu só para não precisar atender, estão estimulando e dando exemplo. Sempre destaco por aqui que as crianças podem muitas vezes não dar ouvidos às nossas ordens, mas estão sempre nos observando e, consequentemente, copiando. 

A mentira pode se tornar patológica quando percebemos que a criança responde a qualquer pergunta com uma mentira, por mais que essa pergunta seja simples. A criança que não se sente aceita por seus pais pode desenvolver o hábito de mentir na tentativa de impressionar, principalmente quando acreditam em suas histórias, fazendo com que se sinta aceita. Quando percebemos que a criança está inventando uma mentira devemos observar qual o motivo que pode ter levado a falar tal coisa, para assim estabelecermos um diálogo, onde seja possível mostrar como uma mentira pode ser prejudicial. E quando digo isso não quero falar em punição e castigos, mas sim em diálogo aberto, verdadeiro e acolhedor. Lembrando que acolher a criança não é mimar ou aceitar o que foi feito de errado, mas sim mostrar que errar é normal e que podemos resolver o problema juntos, sempre por meio de diálogo e que ao errar ela não deixa de ser amada.

Para estimular a criança a perceber o que é certo e o que é errado:

- Não usar rótulos, como “mentiroso”;

- Quando falar a verdade, encoraje, diga que percebe que foi difícil falar a verdade, mas que isso é muito importante, questione como ela se sente ao conseguir dizer isso;

- Não bata ou castigue, com punições desproporcionais, mas sim o leve a refletir sobre as consequências da sua mentira e o que pode ser feito para consertar e evitar que isso ocorra novamente;

- Não peça que a criança minta em determinadas situações para agrade outras pessoas, pois pode perceber que desta forma está agradando e usar desse artificio.

As crianças podem mentir por diversas razões, mas isso só se tornará um problema quando nós, pais, não percebermos nosso papel nessa mentira. Por isso, precisamos parar e analisar o que podemos e devemos fazer para auxilia-la para que não tenha necessidade de mentir.

Luiza Graziela Santos Dias


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