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Baixa autoestima, seu filho precisa de ajuda.


Por: Luiza Graziela Santos Dias
Data: 12/05/2020
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Que a adolescência é um período de muitas mudanças vocês já sabem, mas sabem qual a importância de uma boa autoestima quando falamos de adolescentes? 

Bem, primeiro vamos começar dizendo que autoestima é a junção de vários julgamentos que o indivíduo faz de si mesmo e estes são associados a várias emoções e sentimentos. Podemos dizer que a autoestima, muitas vezes, transita entre o “eu real”, que é quem o jovem é de verdade, e o “eu ideal”, que seria quem ele acredita que deveria ser. Quem nunca ouviu o filho adolescente falando que gostaria de ser como outra pessoa e demonstrou insatisfação consigo mesmo? 

Bem, podemos dizer que as crenças que o jovem e sua família tem de quem ele é pode fazer com que olhe para outras pessoas pensando que gostaria ou deveria ser igual ou semelhante. Essa ideia de que existe uma grande diferença entre ele e as demais pessoas da mesma idade se cria durante todo o desenvolvimento.

Sendo assim, a autoestima também se desenvolve durante todo o desenvolvimento, então não posso deixar de falar um pouco da infância. Vamos começar pelos menores, crianças até os 3 anos dificilmente vão conseguir ter uma imagem concreta de si mesmo, se guiando assim pelo que os pais falam. A criança tem facilidade em perceber certos comportamentos e conforme vai crescendo observa que seus comportamentos são constantemente cercados por olhares avaliativos, que pontuam seu sucesso e fracasso, esse é um momento importante, pois esses julgamentos irão influenciar de forma significativa na ideia que a criança tem de si mesma.

Com isso, podemos afirmar que a forma como os pais lidam com a criança irá influenciar diretamente na autoestima durante o desenvolvimento, por exemplo, pais que tendem a ser mais carinhosos, empáticos, que criam expectativas razoáveis e possíveis em relação ao filho, na maioria das vezes passa uma imagem de competência e capacidade, auxiliando assim para uma auto avaliação mais positiva. Já os pais que tendem a ser mais rígidos e autoritários costumam gerar no filho um sentimento de insuficiência e inadequação, pois estão sempre exigindo demais, usando de comparações constantes entre o filho e os outros, as expectativas desses pais são muito altas, fugindo do atingível, gerando assim uma auto avaliação negativa.

Agora que entendemos como a autoestima começa a se formar na infância e a influência dos pais nesse processo, podemos falar sobre como ela atua na adolescência. Essa fase é marcada por diversas mudanças corporais e mentais, exigindo do jovem condições psicológicas para conseguir passar da forma mais tranquila possível. Essa tranquilidade é dosada pelas inseguranças comuns da idade, ou seja, quando eles deixam de ser criança e entram na adolescência surge um sentimento de inadequação, pois não sabem onde se enquadram, não são crianças e também não são adultos, e nesse período os hormônios estão a mil, além disso, as mudanças no meio social são muitas, agora o maior desejo é se adequar ao meio e ser aceito pelo grupo, e surgem também os interesses amorosos. Sendo assim, é natural que eles sejam um pouco inseguros, que se preocupem com a aparência e o modo de agir, mas devemos observar qual o nível dessa insegurança, ela não pode limitar as vivências e as experiências do adolescente a ponto de não querer fazer as coisas normais da idade por não se sentir adequado ou aceito pelo meio social. 

Os pais devem estar atentos aos sinais de que o filho não está bem, é muito importante nesse momento que abandonem os pré-julgamentos de que é frescura, drama ou besteira de adolescente, pois nessa idade ter uma autoestima muito baixa pode ser extremamente perigoso, o jovem muitas vezes é impulsivo e não se sentir aceito ou adequado pode levar a quadros depressivos, até mesmo tentativas de suicídio. 

Por isso vou listar aqui as características de cada um dos quadros:

• Os adolescentes que possuem uma autoestima alta geralmente se comportam de maneira mais confiante, buscando aprender coisas novas, são otimistas com relação ao futuro, tem facilidade de olhar os problemas de diversos pontos, tem um maior conhecimento sobre si mesmo, reconhecendo seus pontos fortes e fracos e tem uma facilidade em demonstrar empatia e demonstram uma inteligência emocional.

• Os adolescentes que possuem uma autoestima baixa tendem a manifestar sentimentos de inferioridade, não se sentem respeitados, sentem muito medo de fracassar, esse medo muitas vezes é paralisante, podem apresentar falta de responsabilidade e disciplina frequentemente, estão mais sujeitos a cometer atos considerados ruins ou até mesmo ilegais para tentar se encaixar no grupo, tem dificuldade em assumir sua responsabilidade, muitas vezes culpando os outros e adquirindo posturas mais desafiadoras, até mesmo agressiva.

Em consultório é cada vez mais comum adolescentes depressivos e ansiosos, sendo a ideação suicida uma saída desse sofrimento. Então, entenda que ser aceito nessa fase é um fator fundamental para o jovem. Por isso, seja um encorajador do seu filho, mostre que vê capacidade nele, não duvide de sua capacidade, não o compare com outras pessoas, não use críticas duras e reforce o diálogo e o respeito, não jogue suas expectativas sobre ele. Quando o adolescente sente que é respeitado tende a respeitar mais seus pais. A adolescência pode ser muito conflituosa e nesse momento um psicólogo pode ajudar.

Luiza Graziela Santos Dias


Anuncie com Jornal Noroeste
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