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Largar o vício do cigarro: uma questão para a psicologia


Por: Simony Ornellas Thomazini
Data: 31/05/2019
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Atualmente mudou-se muito a forma como se veem as pessoas que fumam. Se antigamente fumar era uma questão de status, e as pessoas se reuniam com o objetivo de conversar sendo um hábito comum visto pela sociedade. Hoje essa visão está completamente diferente, e quem é visto acendendo um cigarro, já recebe no mínimo um ‘olhar atravessado’ de outra pessoa, além de ser solicitado para que saia de perto.

A campanha antifumo tem crescido muito nos últimos tempos.  Começou com fotos chocantes atrás dos maços, além das campanhas na mídia, e posteriormente, a conscientização ganhou ainda mais força com lugares restritos para fumantes, ou até mesmo a proibição em locais fechados. Casas noturnas também foram obrigadas a reservarem um lugar especial para os fumantes.

Com isso, o cigarro que antes unia as pessoas, passou a ser um fator segregador, e os fumantes foram cada vez mais perdendo espaço no meio social. Não se vê mais cinzeiros nos lugares, e não há nenhum incentivo para tal ato. Todavia, com tantos argumentos e campanhas antifumos, é difícil para os fumantes se afastarem desse vício.

O cigarro possui uma função para cada pessoa, mas pode-se dizer de maneira geral que é usado para alívio da ansiedade. Além da dependência física que ele traz, causa também dependência psicológica. Com isso, o cigarro passa a ser um meio de se livrar da ansiedade gerando um prazer temporário - uma vez que ocorre uma diminuição da tensão psicológica – mas, essa diminuição é passageira levando os fumantes a novamente buscarem o cigarro para obter o prazer.

Nessa perspectiva, torna-se um circuito difícil de sair porque a pessoa sempre busca um alívio e, temporariamente, consegue. Contudo, junto a esse alívio vêm os danos à saúde que o cigarro causa. 

Por isso é muito comum quando uma pessoa para de fumar ela desloque essa ansiedade para a comida, por exemplo, provocando um aumento de peso.

Trata-se de uma questão lógica: se a pessoa antes utilizava o cigarro para aliviar-se de sua ansiedade, ela procurará outro meio para isso, neste caso, a comida também desempenha o prazer oral que ela obtinha através do cigarro. 

Nesse sentido, é fundamental que quando uma pessoa decida parar de fumar, ela recorra a um acompanhamento psicológico como uma forma de ajuda-la nesse processo de trocar o cigarro por outra coisa, como a comida, por exemplo. Assim, o tratamento possibilitará compreender quais as funções que o cigarro desempenha na vida da pessoa e, a partir disso, criar novas saídas para evitar a transferência por outro hábito, além de lidar melhor com a ansiedade melhorando a sua qualidade de vida. 

 

Simony Ornellas Thomazini é Pedagoga com especialização em Psicopedagogia Institucional e Clínica; Psicóloga. Atua como psicóloga no CRAS - Centro de Referência da Assistência Social de Uniflor, e psicanalista na Fênix Desenvolvimento Humano.

Simony Ornellas Thomazini


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