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É bom que o Brasil vença a Copa América!


Por: José Antônio Costa
Data: 05/07/2019
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A Seleção Brasileira está de volta a uma final de Copa América depois de três campanhas fracassadas. A última decisão havia sido em 2007, ano também do último título.

O adversário será o Peru que não chegava a decisão do torneio há 44 anos.  Portanto, no domingo, (07) às 17h, milhões de brasileiros estarão torcendo pelo Brasil.

O fato é que o Brasil precisa vencer a Copa América. Infelizmente o futebol é alienação para inúmeros brasileiros. É fácil identificar no país a falta investimento em educação (uma das piores do mundo), a economia não deslancha com um ‘PIBinho’ que caiu de 1% para 0,93%. A projeção de crescimento da economia no ano que vem foi reduzida de 2,23% para 2,2%. A saúde (caótica, para quem depende do sistema público), transporte público, segurança pública (um dos países mais violentos do mundo), infraestrutura (energia, rodovias) e assim vai.

Porém, o Brasil está em campo. Há tempos o futebol deixou de ser só diversão. Jogadores não são heróis e muito menos patriotas. Ganham milhões juntamente com a equipe técnica e “cartolas”. Não estou dizendo que deixar de assistir jogos é a solução, porém entender que a entrada da bola em uma trave e o grito de gol podem amenizar momentaneamente (pouco mais de 90 minutos), e, em caso de vitória a comemoração se estenderá por algumas horas, no entanto, a realidade não deve ser esquecida.

No Brasil outros esportes não são valorizados quanto o futebol. O esporte tem importância, além de profissional, social e tem como princípio educativo a formação do indivíduo, ensinando ao esportista a ter disciplina, respeito às regras, solidariedade, espírito de equipe, entre outros como o resgate social e a prevenção à violência. 

O futebol deixou de ser tratado como um mero esporte, pois gera fanatismo e neste ponto mora a alienação. Se o Brasil vencer a Copa América muitos problemas temporariamente serão esquecidos.

Entendo o futebol como um fenômeno de massas. Diante disso, nenhum político deixará de ser reconhecido como pilantra e incompetente se o Brasil ganhar e nenhum dos “decentes e comprometidos” com o povo, deixará de sê-lo se o Brasil perder.

O brasileiro mudou muito. Torço para que não se esqueça de seu drama cotidiano dentro dos ônibus lotados, cercado pelo medo da violência que assola o País, assustado com a possibilidade de precisar da rede de saúde pública e, talvez pior, cansado com as notícias da roubalheira generalizada que está sendo combatida nos últimos anos. O que resta é torcer pelo Brasil.

 

“Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos”.

Nelson Rodrigues (1912 – 1980), foi um teatrólogo, jornalista, romancista, folhetinista e cronista de costumes e de futebol brasileiro, e tido como o mais influente dramaturgo do Brasil. 

José Antônio Costa


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