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Doutora, sofri um golpe do Pix! O banco tem a obrigação de me indenizar?


Por: Drª Luana Vasconcelos Herradon
Data: 17/02/2025
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Nos últimos anos, o pix revolucionou a forma como realizamos transferências bancárias, proporcionando rapidez e praticidade nas transações financeiras. No entanto, com essa evolução, também surgiram novos desafios, especialmente no que diz respeito à segurança. Infelizmente, os golpes envolvendo o pix, tornaram-se cada vez mais comuns, deixando muitas vítimas frustradas e com a mesma dúvida: o banco tem a obrigação de me indenizar?

A resposta para essa pergunta depende de vários fatores. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), os bancos são considerados prestadores de serviço e, portanto, possuem responsabilidade objetiva pela segurança das transações financeiras. Isso significa que, em regra, as instituições financeiras devem garantir um ambiente seguro para seus clientes. Além disso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), por meio da Súmula 479, já determinou que os bancos respondem objetivamente pelos danos decorrentes de fraudes e delitos praticados por terceiros quando há falha na prestação do serviço.

Se você foi vítima de um golpe e percebeu que o banco não adotou medidas eficazes para evitar a fraude, há grandes chances de conseguir uma indenização. Por exemplo, se valores expressivos foram transferidos de sua conta de forma atípica e incompatível com seu histórico de movimentação, a instituição financeira deveria ter identificado essa transação como suspeita e bloqueado ou solicitado validação adicional. A ausência desse controle pode ser interpretada como falha na segurança, tornando o banco responsável pelo prejuízo.

Além disso, decisões judiciais recentes têm sido favoráveis aos consumidores que foram lesados por golpes via pix. Em alguns casos, juízes entenderam que os bancos deveriam ressarcir os valores transferidos, pois possuem tecnologia suficiente para prevenir fraudes e minimizar riscos. No entanto, é importante destacar que há situações em que a responsabilidade do banco pode ser afastada. Se o cliente fornecer voluntariamente seus dados a um fraudador, como senhas ou códigos de autenticação, a Justiça pode considerar que houve culpa exclusiva da vítima.

Diante desse cenário, a recomendação é sempre agir rapidamente. Se você sofreu um golpe pelo pix, comunique o banco imediatamente e registre um boletim de ocorrência. A depender da situação, é possível ingressar com uma ação judicial para exigir a devolução do valor e até mesmo uma indenização por danos morais.

Se você se encontra nessa situação procure orientação jurídica. Há caminhos legais para recuperar o que foi perdido.

Drª Luana Vasconcelos Herradon


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