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Dados alarmantes da violência contra a mulher


Por: José Antônio Costa
Data: 01/03/2019
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O mês de março é dedicado como especial às mulheres. Várias programações serão vistas em alusão a data do Dia Internacional da Mulher, comemorado no próximo dia 08.

Porém a realidade mostrada através dos números expõe que nem tudo é comemoração. Pesquisa divulgada essa semana, na terça-feira, (26) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) através de um levantamento feito pelo Datafolha aponta que em relação à violência contra a mulher em 76% dos casos são cometidos por conhecidos das vítimas. Três em cada quatro casos de agressões foram registrados no ambiente doméstico. Os dados também mostram que metade se calou e que apenas 10% buscaram uma delegacia da mulher. Além das agressões, 2 milhões de brasileiras com 16 anos ou mais relataram ter sofrido algum assédio.

Durante o mês de fevereiro, Elaine Caparróz, 55 anos, apanhou por horas de um homem que conheceu na internet e terminou a noite com o rosto desfigurado. Dias depois, outro homem foi detido por ejacular sobre uma passageira dentro de um trem.

Não foram casos isolados. Nos últimos 12 meses, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil, enquanto 22 milhões (37,1%) de brasileiras passaram por algum tipo de assédio. Dentro de casa, a situação não foi necessariamente melhor. Entre os casos de violência, 42% ocorreram no ambiente doméstico. Após sofrer uma violência, mais da metade das mulheres (52%) não denunciou o agressor ou procurou ajuda.

A pesquisa sobre o ano passado também aponta que 36,5% das pessoas viram homens xingando, humilhando ou ameaçando mulheres com quem se relacionaram amorosamente. O levantamento ainda mostra que 28,7% das pessoas viram vizinhas sendo ameaçadas por namorado, ex-namorado, marido, ex-marido, companheiro ou ex-companheiro, e 27,7% viram sendo agredidas. Mulheres pretas e pardas são mais vitimadas do que as brancas; as jovens, mais do que as mais velhas. A região sul lidera os casos no País.

A violência (física, psicológica, sexual, patrimonial e moral) e agressão de qualquer maneira devem ser eliminadas da sociedade. Encarar a agressão às mulheres como algo normal para nossos dias é fechar os olhos para um grande problema.

Não podemos perder o foco, nunca. A culpa não é de quem apanha, a culpa é de quem bate. A culpa também é de quem ouve tudo e pensa que é briguinha de marido e mulher e por isso não deve “meter a colher”. A culpa é de quem acha que casos assim não existem, e de quem acha que mulher gosta de apanhar. A culpa é de alguns homens que “encarnam” o instinto animal irracional e tentam resolver os conflitos através da violência e infelizmente algumas mulheres que não reagem pelos meios legais.

Aos “machões” que na verdade são covardes disfarçados (e muitas vezes carregados por traumas) que insistem em agredir as mulheres a Lei está aí para ser aplicada. Infelizmente não é um ou outro que não aceita terminar o relacionamento, e mata a mulher para se vingar, ou para ela não ser de mais ninguém.

Belmiro Pedro Welter, autor do livro: A norma da Lei Maria da Penha destaca que “desde que o mundo é mundo humano, a mulher sempre foi discriminada, desprezada, humilhada, coisificada, objetificada, monetarizada”.

Os dados são alarmantes. Uma realidade muito triste. Chegou a hora de dar um ponto final a essa situação!

José Antônio Costa


Anuncie com Jornal Noroeste
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