A ideia que apresento neste texto, referente ao cuidar de si e dos outros, pode aparentemente expressar a mera noção de cuidar da saúde física, o que não está fora desta discussão. Porém, objetivo propor uma rápida e objetiva reflexão de cunho tanto ético quanto político no contexto da pandemia que ainda vivenciamos. Como assim? Reflexão ética, quando  ao cuidar  de si, o indivíduo precisa realizar um trabalho de reflexão sobre como pode ser melhor em sua conduta, garantindo é claro o seu bem estar e saúde, mas conscientizando-se de sua responsabilidade também para com a saúde dos outros, que convivem com ele, não somente no ambiente familiar, mas também na esfera social. Perante esta situação de pandemia do Covid-19, o cuidar de si significa responsabilizar-se pela saúde do próprio corpo, todavia ao fazê-lo, quando respeita todas as normas para cuidar de si, atua também de forma a respeitar e preservar o cuidado para com a integridade dos corpos de outros indivíduos. Praticasse assim, uma atitude ética de alteridade em se colocar no lugar do outro, visando respeitar sua integridade e em se tratando da pandemia, manter a sua saúde física e a vida. Reflitamos agora, que também se constitui enquanto  uma ação política, pois quando ser responsável ao cuidar de si sem desrespeitar os outros, a ação de conscientização pelo cuidado, se estende a toda o corpo social, que consciente dos riscos e agindo de forma responsável e cooperativa, visa o estabelecimento do bem comum, que referente ao tema aqui debatido, trata-se da promoção geral do cuidado da saúde de toda a sociedade, buscando a eliminação da ameaça representada pelo Covid-19 e preservando assim, o maior número possível de vidas. Obviamente que a liberdade individual e coletiva, deve ser respeitada, no momento de flexibilização, contudo devemos tomar o devido cuidado para que desejos, caprichos e descuidos em nossas ações particulares, não acarretem em atitudes que nos ameacem isoladamente, mas que possam ameaçar também ao corpo coletivo, atingindo principalmente os mais vulneráveis.