Consciência Negra e Mídia
Ao expor minhas ideias para debater com vocês, referente ao tema presente no título, envolvendo a Consciência Negra, destaco a importância desta temática, tão essencial e ao mesmo tempo polêmica, inserida em uma sociedade com nosso histórico escravista e herdeira de um processo colonizador. Sociedade marcada por fortes desigualdades, além de graves conflitos, em grande parte negados e mesmo explorados de modo oportunista e sensacionalista, ocultando a enorme seriedade do problema. Destaque-se que a temática, referente à Consciência Negra, nos faz confrontar com um problema muito intenso em nossas relações sociais, econômicas e políticas: o Racismo.
Ressalte-se que em pleno século XXI, ainda se nega a prática da discriminação racial em nossa sociedade, alegando-se que vivemos em uma democracia racialmente igualitária, não havendo espaço para o racismo. Assim, buscasse defender a ideia de que experiências uma democracia para todos e nesta condição, não existe qualquer tipo de discriminação de cunho racial. Deste modo, uma consciência negra, não passa de um erro ou enganação, originado por interesses e queixas de minorias insatisfeitas e mesmo “choronas”, posicionando-se desta forma, sem motivos concretos ou verdadeiros, relacionados a comunidade pública. Neste embate, a mídia como sempre, pode ou deve desempenhar um importante e responsável papel, auxiliando no debate, fornecendo meios para troca de ideias, revelação de fatos e meio de expressão para as vozes discriminadas pela sua raça e consequentemente, por sua condição social, visando demonstrar que o racismo não é uma ficção ou invenção de mera insatisfação, precisando ser enfrentado por toda a estrutura social e política nacional de modo sério e efetivo.
Deve-se contudo, observar com cuidado e responsabilidade, a atuação da mídia e seus interesses, que não podem e não devem se limitar a satisfação de interesses particulares, visando “grandes audiências de público” apenas, porém deve tratar do tem de modo à traçar especialmente uma reflexão e um debate sério o, concreto e efetivo, visando tratar de uma prática infame, marginalizadora de corpos racialmente desumanizados, inumanizados e descartabilizados pelo corpo social. Este se torna mais um motivo primordial, para que a mídia desempenhe sua função de forma responsável, ativa e efetiva, exatamente para combater o mal do racismo e não simplesmente sensacionaliza-lo e banaliza-lo, apresentando seriados e novelas caricaturais, além de meramente consumistas, causando mais desinformação e confusão referente ao tema do racismo.
Rogério Luís da Rocha Seixas
Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com