Sidnei é um rapaz inteligente, mas, mais do que inteligente, ele é dedicado. O gosto pelos estudos, sabe-se lá como nasceu, existe desde que ele era criança.

Quando chegou a época do ensino médio, e sabendo que grandes compromissos se aproximavam, a família de Sidnei resolveu colocá-lo na melhor escola de uma cidade do interior do Paraná. A renda familiar não era alta, porém, valia a pena o sacrifício (ou, aos olhos de alguns, investimento?).

Acontece que a nova escola do menino era mais exigente que a anterior, a começar pelo horário das aulas, que se estendia de cedo até ao finalzinho da tarde. As noites eram marcadas ainda por estudos individuais.

A mãe de Sidnei, principal provedora da casa, ficou viúva do pai de Sidnei logo nos primeiros anos do menino. Passados alguns anos, ela se casou novamente.

Um dia, o padrasto de Sidnei, incomodado com a rotina de oito horas diárias de estudos, disse:

- Eu não sei porque você estuda tanto para tirar um título, sendo que em outras escolas, como a que eu me formei, bastavam quatro horas por dia, muitas vezes até menos.

Sidnei pensou na ideia de Seu João, seu padrasto, mas, sabendo que a quem mais era dado, mais era cobrado, percebeu que o “conselheiro” não tinha quase nada para dar. Sidnei, no outro dia, acordou às seis e meia e só voltou para casa às seis da tarde.