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Chamado eficaz


Por: Fernando Razente
Data: 19/09/2022
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Romanos 1. 6 (b): “[...] chamados para serdes de Jesus Cristo”

 

Após Paulo incluir os romanos na lista daqueles para quem ele foi chamado para pregar o evangelho da graça de Jesus Cristo (Rm 1.6a), ele agora caracteriza-os de maneira específica. Quem são os romanos para Paulo? Pagãos? Nação inimiga? Ou irmãos na fé? É isso o que veremos no artigo de hoje.

Paulo se refere aos romanos como aqueles que foram “[...] chamados para serdes de Jesus Cristo” (Rm 16b). E o que isso significa? Talvez, que, para o apóstolo, os romanos são ímpios e que agora estão sendo convocados a se converterem à Jesus Cristo, como se estivesse dizendo: “Ei, Romanos, vejam! Vocês estão sendo chamados para serem de Jesus. Venham logo! Aceitem esse chamado! Se convertam! Se arrependam!”? Não. Na verdade, o “chamado” à conversão não se encontra aqui. E temos razões para crer nisso. Vejamos.

Jesus já havia chamado Paulo para dar testemunho sobre Ele perante os incrédulos de Roma (At 23.11); mas aqui, Paulo não se dirige aos romanos incrédulos especificamente (embora o faça ao longo da carta), mas aos irmãos na fé, à igreja de Cristo em Roma. Isso fica evidente pelo fato do termo grego para “chamado” referir-se aqui a uma ação do passado, algo que já aconteceu e que marca ou carateriza os cristãos romanos como sendo claramente pessoas pertencentes a Jesus através de um chamado eficaz (cf. Rm 1.7 e 8, onde Paulo na sequência do texto, se refere aos romanos como “amados de Deus” e crentes que são conhecidos no mundo pela piedade, adjetivos impróprios para incrédulos que precisam de conversão).

É, na verdade, como se Paulo estivesse dizendo: “Irmãos, entre essas pessoas que fui chamado para pregar, estão vocês que moram em Roma, a quem Deus tem chamado para pertencerem a Jesus Cristo, como, de fato, é evidente que vocês são D’Ele”. Portanto, Paulo não está, neste trecho, duvidando da ação ou da presença do Espírito Santo naquela cidade. Pelo contrário, a intenção paulina é afirmar sua crença na genuinidade dos cristãos de Roma para serem bênçãos para Paulo em seus projetos. Como escreveu Keener: “Para Paulo[...] eles também são ‘chamados’; Paulo os aceita como coerdeiros na missão, não como inferiores.” (KEENER, 2017. p. 508).

Em resumo, hoje aprendemos que também para os romanos - aquela nação gentílica, odiada pelos judeus - foi que Jesus Cristo, o Filho de Deus, nasceu no tempo e na história, segundo a carne, da descendência de Davi, e foi declarado divino pelo que demonstrou publicamente, especialmente em sua ressurreição. Também os romanos, aquele povo libertino, cruel e idólatra (conforme vimos no início dessa exposição, na parte sobre o destinatário da epístola) foram contemplados pela maravilhosa eleição incondicional de Deus e foram particularizados pelo Senhor da aliança nos seus planos soberanos para serem propriedade de Cristo e não mais de seus próprios pecados (2 Coríntios 5.15).

Na semana que vem, se Deus quiser, veremos o amor de Deus como a fonte da eleição de muitos romanos. Até a próxima. Que Deus te abençoe!

 

Fernando Razente

Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.


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